O Nobel de Peter Hendke vem levantar a velha questão-Celine... pode um escritor ser tão bom que vale a pena que nos esqueçamos de que é má pessoa?
E se, en extremis, ele é um apoiante do genocídio e ao mesmo tempo nos deixou das melhores reflexões sobre a passagem do tempo e o ligar a que pertencemos em Der Himmel uber Berlin (ou as Asas do Desejo) de Win Wenders?
“If a nation loses its storytellers, it loses its childhood.”
“Loneliness is a source of loathsome ice-cold suffering, the suffering of unreality. At such times we need people to teach us that we're not really so far gone.”
― The Left-Handed Woman
“In a sense, the mentally deranged and feebleminded were my guardian angels, and when I hadn’t seen any of them in a long time, the sight of an idiot gave me a sudden burst of health and strength.”
Para mim a Arte não se separa da pessoa (que pode ser do pior tipo) e do artista só se pode esperar defeitos, pois no fundo ela é Humano.
A ideia de que o artista maior deve ser supra-humano, um homem sem defeitos, serve apenas a quem gosta do sabor baunilha.