Avé, aos álbuns completos no you tube.
28.2.13
Acho que todos temos locais ou períodos do dia em que nos sentimos mais inspirados, com as ideias a navegar por mil patamares, quais quadros surrealistas, quase momentos oníricos.
Eu tenho dois grandes catalisadores no que toca a criatividade, inspiração e deambulação mental, a música e a observação de pessoas sem que elas o percebam e no meu dia-a-dia esses momentos coincidem com o tempo que passo dentro do carro, no trânsito (sim eu sou uma pessoa que gosta de horas de ponta).
As ideias chegam a um tal fluxo (para a tese, para o blog, um comentário sarcástico que quero fixar, uma premissa para um texto, etc) que raramente os consigo lembrar.Quando paro o carro (e como não consigo escrever a conduzir) eles desaparecem como um sonho ao acordar. De vez em quando lá me lembro de um ou outro mas nunca fazem tanto sentido como a ideia inicial...
Isso, maus caros, é uma frustração. Ideias que voam.
27.2.13
Lá vem ela com coisas mórbidas
Inicialmente olhei para a foto e pareceu-me que a mulher tinha uma bala enfiada no olho. Quando li a descrição é que me apercebi ser a mais antiga evidência do uso de olhos falsos.
Esta mulher, com idade entre os 25 e os 30 anos, e cerca de 1,80 metros de altura, foi descoberta numa escavação no Irão e terá vivido à cerca de 5000 anos.
a mulher teria uma posição alta na sociedade em que se inseria, talvez uma sacerdotisa, como se pode observar pelas oferendas que a acompanhavam no enterramento (os vasos e cerâmicas da imagem). O olho estaria coberto por um lâmina de ouro onde foram gravados a íris e os capilares.
Achei absolutamente incrível. Mais uma vez a necessidade aguça o engenho e ainda se usa uma certa "deficiência" para marcar uma posição social elevada. O interessante aqui é se a mulher não teria sido considerada uma sacerdotisa exactamente por ter essa diferença em relação a todas as outras.
Informação daqui.
26.2.13
Museu de Etnlogia 4
A visita ao murseu de Etnografia dá para um número quase infinito de posts mas se o museu é tão rico não seria justo simplificar.
As imagens de hoje são da exposição dedicada a Franklin Vilas Boas com peças adquiridas por Ernesto de Sousa.
Franklin, filho de canteiros, trabalhadores da pedra era totalmente contrário a tal ofício. A escultura estava-lhe no sangue, mas procurava por madeira.
Autodidacta, assume peças de características entre a natureza, duplamente representada, já que usa os troncos para esculpir formas faunísticas e humanas, e o divino.
Os tipos estáveis têm com frequência
carácter antropomórfico. Geralmente relacionam-se com uma iconografia
cristã, muito vaga, muitas vezes de ressonância oriental nos respectivos
títulos: Egipto, Moisés… Ao rigor dos tipos corresponde uma imensa
variação plástica, e muito mais íntima que simplesmente decorativa.
As árvores velhas, ou fragmentos de árvores, que perderam a dignidade
erecta da árvore, caem, literalmente, num tratamento semelhante aos do
segundo tipo. Na verdade, trata-se, aqui também, de um encontro da
matéria com o correspondente e prévio imaginário.” - Ernesto de Sousa
Bowie + Tilda = Perfection
Eu sou suspeita. Adoro um. Admiro a outra.
Mas quem teve a genial ideia de juntar estes dois num vídeo, que é absolutamente saboroso, merece uma homenagem.
E a música, não é necessário dizê-lo, é óptima.
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o que me aquece o coração
Set my mood
Por intermédio do JP, grande fornecedor de sugestões musicais, cheguei a este senhor.
Ando encantada.
Coisas que achava cool antes dos 13 #4
Buracos! Todos os tipos de buracos me intrigavam. Desde grutas a poços ou buraquinhos nas paredes de granito da terra da minha mãe onde as pessoas guardavam as coisas.
O meu Jardim favorito em Lisboa é o dos Paços do Lumiar que está cheio de esconderijos misteriosos.
Hoje a minha vida passa literalmente por descobrir e me enfiar em buracos. A criança em mim é um ser feliz.
25.2.13
Parece que já estava a prever...
...o momento Carrie (NOT Sex and the City) da Jennifer quando ganhou o Oscar e no sábado comprei a primeira edição do livro do Stephen King que como se pode ver na imagem tem um nome completamente parvo.
Rescaldo dos Oscares
Como é que eu, que adoro a Scarlett cantora, não sabia que ela tinha uma canção nomeada e ainda para mais de um documentário (feito muito assinalável) e com imagens tão oníricas?
Rescaldo 2: ando aqui a cabecear por me deitar às 5 da manhã. Hoje às 9 da noite estou já a sonhar.
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24.2.13
Estão instalados para os óscares?
Dos nomeados apenas vi o Django, Brave e a curta The Paperman (embora tenha o feeling de que vou gostar muito do Beasts of the Southern Wild).
Adorei todos.
Que ganhem tudo para o que estão nomeados.
Pessoalmente a imagem mais marcante do conjunto de cerimónias dos Jogos Olímpicos de Londres foi a homenagem a John Lennon. Há um magnetismo que me toca na pessoa e na sua música, mesmo nos Beatles as músicas com o cunho Lennon são das que mais me apelam (no topo estão mesmo as de Harisson).
Estava eu a folhear a Time quando fico a saber que na Islândia há um monumento chamado Imagine Peace Tower, projecto de Yoko Ono e filhos Lenonn, absolutamente espantoso. A torre tem um efeito com feches de luz que estão ligados desde 9 de Outubro dia do aniversário de John Lennon até dia 8 de Dezembro, data do seu assassínio (também no equinócio da Primavera e no dia de anos de Yoko).
As luzes da torre combinadas com o céu islandês até hipnotizam.
Mais aqui.
(fotos do google)
A minha vida é um barco abandonado
Infiel, no ermo porto, ao seu destino.
Por que não ergue ferro e segue o atino
De navegar, casado com o seu fado ?
Ah! falta quem o lance ao mar, e alado
Torne seu vulto em velas; peregrino
Frescor de afastamento, no divino
Amplexo da manhã, puro e salgado.
Morto corpo da acção sem vontade
Que o viva, vulto estéril de viver,
Boiando à tona inútil da saudade.
Os limos esverdeiam tua quilha,
O vento embala-te sem te mover,
E é para além do mar a ansiada Ilha.
FERNANDO PESSOA, in POESIAS. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995), (1ª publ. in Athena, nº 3. Lisboa: Dez. 1924, 5ª ed., 1995), in CANCIONEIRO
23.2.13
Diz que ao terceiro Sábado de cada mês acontece em Coimbra a feira de Antiguidades.
Diz que a Lili sai de casa com 15 euros no bolso e volta com 15 novos livros.
Muahahahah!
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Lili de onde vem o teu requintado gosto musical?
Facto: eu um dia comprei um CD por causa desta música.
Esse CD ainda existe numa caixa de sapatos.
Até tinha o vídeo gravado numa cassete VHS.
Felizmente não sei porque é que gostava tanto disto.
Infelizmente desde que coloquei a dar no you tube soube a letra do inicio até ao fim (até as back voices...e há muitas back voices).
Vou passar um fim de semana ao Porto? Quero sugestões minha gente!
Ora bem, finalmente vou ao Porto com tempo. O motivo principal é o Fantasporto mas vou ter tempo também para outros passeios. Como conheço pouco da cidade venho aqui pedir sugestões de coisas para visitar, ver, apreciar e onde comer.
É importante dizer que fico na Rua de Santa Catarina e estou sem carro.
Obrigatoriamente, Sábado, dia 2, à tarde vou estar na Praça da Batalha em protesto! (já agora fiquem a saber onde ficam as manifestações mais próximas de vocês)
| 2 de Março |
10:00
Praça da República | Horta
14:00
Praça 5 de Outubro | Tomar
14:30
Praça 25 de Abril | Caldas da Rainha
15:00
Avenida Central | Braga
Praça da República | Coimbra
Praça do Município| Covilhã
Embaixada Portuguesa | Londres
Parque da Cerca | Marinha Grande
Largo 2 de Março | Ponta Delgada
Jardim em frente ao Colégio | Tomar
Praça da República | Viana do Castelo
16:00
Estação CP | Aveiro
Largo do Museu | Beja
Praça do Município | Castelo Branco
Largo das Freiras | Chaves
Largo do Carmo | Faro
Praça do Município | Funchal
Fonte Luminosa | Leiria
Praça Marquês de Pombal | Lisboa
Praça Marquês de Pombal | Lisboa
Praça da República (Mercado) | Loulé
Praça Manuel Teixeira Gomes | Portimão
Praça da Batalha | Porto
Frente à Cãmara Municipal | Vila Real
Jardim de Santa Cristina | Viseu
18:00
Boston Public Library | Boston
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22.2.13
Falando de carne picada
Na imagem a "Boucherie de l'Ambigu", que é como quem diz o talho, onde se podem observar as carnes penduradas mesmo junto à janela (devia ser óptimo para a conservação, uns dias ali e estavam secas do sol, qual polvo).
Para a fotografia, tirada em Paris no ano de 1907, pousou toda a gente, o dono, os empregados (quatro!! devia ter imensa saída) sendo um deles tão jovem que ou era filho do dono ou estava a aprender o ofício, as clientes -duas madames e uma mademoiselle - e até o polícia de giro que ali estava na altura.
Nesta época este tipo de fotografia não era o mais comum, sendo reservadas aos momentos chave da vida ou então a representações, como paisagens, ruas vazias, monumentos. A vida quotidiana não era ainda muito bafejada com o registo fotográfico, mas, como a imagem demonstra, as coisas começavam a mudar. Aqui o papel coube a alguns fotógrafos auto didactas, à publicidade e à imprensa.
A foto foi retirada daqui, um sítio com imagens e histórias muito curiosas, sobretudo para quem já esteve em Paris (que não é o meu caso).
21.2.13
Museu de Etnologia - 3
Adorei esta parte da exposição definitiva.
São as bonecas das meninas do sudoeste angolano estudadas por Inês Ponte.
Como se pode ver nas duas primeiras imagens, as bonecas, feitas de maçarocas, reflectem as características valorizadas pelas jovens, o cabelos, os seios e os ornamentos. A última das imagens mostra uma boneca de uma outra povoação.
Embora brincassem com elas em crianças não era incomum que depois dos ritos de passagem e já mulheres adultas as levassem com elas para a casa dos maridos.
Tento sempre que os meus dias tenham algo de bom. Óptimo era que fossem sempre espectaculares, maravilhosos e felizes mas o normal é serem assim assim, com algumas alegrias e tristezas pelo meio (mais as primeiras que as segundas).
Uma das formas de me alegrar o dia é ouvir inesperadamente uma música. Há dias foi a Karma Police, hoje foi esta, que quase serve de banda sonora para o momento deixando-me de olhos a brilhar.
Mas o que eu gosto mesmo é de comer. E tendo em conta que sou uma péssima cozinheira aprecio muito a comida dos outros. Hoje a felicidade veio em formas de tosta, pão, tomate, mozzarela e majericão, embrulhados numa banda sonora agradável e o cheiro a café (a net grátis e rápida também ajuda).
20.2.13
Foi por esta altura, um ano atrás, que pela primeira vez ouvi esta música. Foi num programa nocturno enquanto estava a conduzir e nem decorei o nome da banda. Sei que a música me deixou num estado suspenso, passava pelas ruas, casa e pessoas e de repente elas faziam apenas parte do acto de ouvir.
Depois a coisa massificou-se. Começou a tocar por todo o lado, na televisão, nas rádios generalistas, nos programas da manhã... Deixei de ouvir porque deixei de sentir o que quer que fosse.
Passaram uns bons meses e hoje o you tube, por meio dos algoritmos que tão bem conhecem os meus gostos, colocou-a em destaque. "Recomendado para si" diz. Eu, como menina bem mandada, lá interrompi a banda sonora do Django para os ouvir. E foi como da primeira vez. A música voltou a ser um tornado. É uma daquelas músicas em que quando se ouve não se pode fazer mais nada. São músicas de olhar.
HAPPINESS IS TO PLAY GEOCACHING
Ilustrada por/Illustrated by Carolina Celas
Ilustrada por/Illustrated by Carolina Celas
O projecto é giro. Vive da sugestão de coisas que podemos fazer e que nos dão felicidade. Na realidade são sugestões para maiores de 65 mas eu também gosto de várias. Neste caso em particular a minha avó é fã. Já se chega ao pé de mim e pergunta "há tupperwares novos aqui perto?". Tão querida a D. Amélia.
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Onde vou estar a 2 de Março (e não é no Príncipe Real)
A educação faz com que as pessoas sejam fáceis de guiar, mas difíceis de arrastar;
fáceis de governar, mas impossíveis
de escravizar.
(Henry Peter)
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Relvas, outra vez
Nunca, em momento algum, se deve criticar estudantes que apupam o Relvas. São essas as pessoas que dão o litro a fazer o que ele não fez, estudar, ganhar conhecimento, para construir uma vida profissional. São os estudantes e os que estudaram os que mais legitimidade tem para mandar o lambão de cús par aquele sítio (onde ele já devia estar).
19.2.13
Sentada no café
Ouvir na mesa ao lado dois estudantes de economia a falar que apenas as estatísticas são válidas e que as ciências sociais são quase nula para prever o futuro está a dar-me vontade de sentar na mesa dos meninos e dar duas berduadas na cabeça de cada um (com este livro).
Das imagens magnetizantes
The Mirror, Andrei Tarkovsky, 1975
Não diga o meu espelho que envelheço,
se a juventude e tu têm igual data,
mas se os sulcos do tempo em ti conheço
então devo expiar no que me mata.
Tanta beleza te recobre e deu
tais galas a vestir a meu coração,
que vive no teu peito e o teu no meu.
Mais velho do que tu serei então?
Portanto, meu amor, cuida de ti
como eu, não por mim, por ti somente
te cuido o coração, que guardo aqui
como à criança a ama diligente.
Não contes com o teu se o meu morrer.
Deste-me o teu e o não vou devolver.
William Shakespeare, in "Sonetos (22)"
se a juventude e tu têm igual data,
mas se os sulcos do tempo em ti conheço
então devo expiar no que me mata.
Tanta beleza te recobre e deu
tais galas a vestir a meu coração,
que vive no teu peito e o teu no meu.
Mais velho do que tu serei então?
Portanto, meu amor, cuida de ti
como eu, não por mim, por ti somente
te cuido o coração, que guardo aqui
como à criança a ama diligente.
Não contes com o teu se o meu morrer.
Deste-me o teu e o não vou devolver.
William Shakespeare, in "Sonetos (22)"
18.2.13
AS ADOLESCENTES
A pele mosqueada da maçã reineta,
um ar vago e doce, feliz.
Subitamente correm como rapazes,
são a corda do arco
que se dilata e a seta do corpo
chega aos quinze anos,
quando abrem as ancas
e amam como se fossem mães.
ANTÓNIO OSÓRIO, in A RAÍZ AFECTUOSA (Gota de Água, 1972)
É Veneza?
Embora pareça é mesmo uma foto da baixa de Coimbra antes de o rio Mondego ser, novamente, domado.
Fui buscá-la a um site muito curioso com imagens postais que cobrem as mais diversas épocas e as localidades de que nos lembrarmos.
Podem vê-los aqui.
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16.2.13
Finalmente
depois de dois anos sem férias vou tirar uma manhã!! para ter um fim de semana grande a laurear a pevide e devorar filmes no Porto! E vou ficar num hostel que até me faz brilhar os olhinhos.
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15.2.13
14.2.13
Desde mil nove e noventa e nove apenas em três anos não tive namorado neste dia. E tenho a dizer que este dia não é sobre o amor, é sobre a pressão. Os que tem namorado tem que corresponder a um qualquer desígnio que comercializou este dia. Comprar peluches e coisas pré-feitas a dizer "és o melhor namorado do mundo", coisas que nem rimam como "desde o dia em que te conheci sabia que iria ficar contigo" parece uma coisa muito releszinha, do género "nem estou para me esforçar". Mas de facto porque é que se tem que esforçar hoje e não nos outros dias?
O que sabe bem é o carinho e amor diários. O estar lá. O precisar de estar lá. Se não existe essa necessidade não é o peluche do ursinho dentro da caneca, o jantar com reserva ou, vá lá na maior das loucuras, a noite na pousada que vão resolver os problemas da relação.
Se para os namorados o dia é de pressão e expectativas parvas (porque, na verdade, é só um dia e nem sequer é feriado) para os que não tem namorado desculpem lá mas é um horror. Os que não tem e gostavam de ter andam o tempo todo cabisbaixos, a serem lembrados por todos os corações na rua, na televisão, na rádio, nos blogs, no facebook, etc, de que estão sós. E há gente que realmente se sente muito só. Para eles atravessar este dia é como andar a pisar um tapete cheio de espinhos. É devastador. Para os que não tem namorado e estão bem com isso o resto do ano este dia é uma irritação. Principalmente porque para além de não dar para ir jantar fora e ao cinema como num dia normal ainda ficamos tristes porque na realidade durante uns quantos segundos queríamos muito que alguém nos desse um relógio, uma jóia ou um cabaz de comida gourmet sem que tenhamos que ser nós a gastar o dinheiro.
Do alto dos meus seis namorados (que foram todos muito amados) e da recente experiência em estar mais de um ano solteira o que vos digo é: deixem lá o S. Valentim e mimem os vossos cônjuges os restantes 300 e tal dias, como eles merecem e como vos apetece mimar. Isso deve chegar. Se não vos apetece há problema meus amigos.
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Então Pistorius?
Parece que o Pistorius matou a namorada. Parece uma piada de mau gosto tendo em conta o dia em que estamos. Lá se vai o herói. Fica um assassino ou na melhor das hipóteses um homem com uma tal paranóia pela segurança que até mata as pessoas de quem mais gosta.
O que eu sei é que em vez de ter que limpar a carteira dos papeis uma vez por mês tenho que limpar todas as semanas, tal é a montanha de recibos.
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No café onde costumo estar há um casal de clientes regulares. Ingleses, com cerca de 55 anos, compraram uma casa na aldeia e fazem vida na agricultura. Hoje estavam a comentar o dia dos namorados e revelaram que nunca se tinham tão à vontade em demonstrar carinho em público, das beijos e as mãos, como aqui.
Achei bonito. Hoje de manhã ele ofereceu-lhe um ramo de flores bravias, apanhadas pelo campo e ela anda com ele o dia todo.
Pudesse Eu Contar as Vezes
Pudesse eu contar as vezes
que ferrei os cantos da boca imaginando que eram teus os dentes que
assim me amavam; que eram os teus lábios aqueles que, nessas ocasiões,
eu mordia. Lembras-te de uma frase que costumavas citar, por tê-la
escutado em qualquer parte, ou lido, já não sei bem? Aquela que dizia
- A minha anatomia enlouqueceu; sou toda corarão.
Pois é como me tenho sentido, mais ou menos assim, com a anatomia enlouquecida, sem saber já quais são os meus dentes ou qual a minha boca; como se cada pedaço meu não fosse mais do que saudade de ti: o desejo de te voltar a ver, de te cobrir outra vez de beijos - olhos, boca, rosto, o corpo todo de beijos -, de te abraçar e sentir o teu cheiro, de tomar nas mãos o ramo crespo dos teus cabelos e inalar a fragrância do teu pescoço. Possuo agora, em mim apenas, nos limites da minha topografia, toda a exaltação dos nossos corpos e sinto que não chego para tanto porque a soma de nós dois excedeu sempre a existência física dos nossos corpos. É como se rebentasse por dentro e tivesse de esticar a alma - ou lá o que é - para me ser possível reter ao menos um pouco do que daí sobrou.
Manuel Jorge Marmelo, in 'O Amor É para os Parvos'
- A minha anatomia enlouqueceu; sou toda corarão.
Pois é como me tenho sentido, mais ou menos assim, com a anatomia enlouquecida, sem saber já quais são os meus dentes ou qual a minha boca; como se cada pedaço meu não fosse mais do que saudade de ti: o desejo de te voltar a ver, de te cobrir outra vez de beijos - olhos, boca, rosto, o corpo todo de beijos -, de te abraçar e sentir o teu cheiro, de tomar nas mãos o ramo crespo dos teus cabelos e inalar a fragrância do teu pescoço. Possuo agora, em mim apenas, nos limites da minha topografia, toda a exaltação dos nossos corpos e sinto que não chego para tanto porque a soma de nós dois excedeu sempre a existência física dos nossos corpos. É como se rebentasse por dentro e tivesse de esticar a alma - ou lá o que é - para me ser possível reter ao menos um pouco do que daí sobrou.
Manuel Jorge Marmelo, in 'O Amor É para os Parvos'
Para o meu coração
Para o meu coração basta o teu peito,
para a tua liberdade as minhas asas.
Da minha boca chegará até ao céu
o que dormia sobre a tua alma.
És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas às corolas.
Minas o horizonte com a tua ausência.
Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que no vento ias cantando
como os pinheiros e como os mastros.
Como eles tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Eu acordei e às vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam na tua alma.
Pablo Neruda, in "Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada"
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palavras são como o éter
13.2.13
Museu Nacional de Etnologia - 2
As peças aqui em cima são duas lanternas, usadas para criar as sombras de que vive o teatro do Bali (ver post anterior sobre o MNE).
A fotografia do meio representa uma escultura (não sei o nome) da exposição "Franklin Vilas Boas, com o olhar de Ernesto de Sousa" com trabalhos extraordinários de manipulação de madeira. Quando explorava a exposição uma frase do escultor fez-me lembrar uma outra de Miguel Angelo, algo como isto, "Eu não crio as esculturas. Elas estão presas dentro da madeira e eu apenas tenho que tirar o excesso e as libertar".
Great minds think alike!
Museu Nacional de Etnologia - 1
Com mais tempo e calma falarei da descoberta deste museu. Fiquei tão contente por o ter visitado que é tema recorrente nos meus pensamentos desde então.
Se procuram novos ângulos de visão, aqui, vão encontrar.
Estas imagens são alusivas à exposição "Teatro Wayang Kulit de Bali", um teatro de sombras, com temas da mitologia de Bali. Cada pequena comunidade tem no entanto diferenças substanciais nos assuntos retratados.
Estas imagens são alusivas à exposição "Teatro Wayang Kulit de Bali", um teatro de sombras, com temas da mitologia de Bali. Cada pequena comunidade tem no entanto diferenças substanciais nos assuntos retratados.
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