"Nobel não ganhou o honrosíssimo Prémio Malala da Paz 2013. Também era melhor, o
inventor da dinamite ganhar um prémio com o nome de uma menina com a cara
marcada por uma explosão! No fundo, quem é esse Alfred Nobel? Está bem, um
engenheiro dotado, capaz de inventar muita coisa e deixar em testamento a
fortuna para honrar os homens e as mulheres que nos fizeram avançar... Ele
merece a nossa gratidão, mas daí a ganhar o Prémio Malala seria talvez
demasiado. O Nobel da Paz pode ir para uns quaisquer Kissinger, Sadat ou Begin,
mas o Prémio Malala é outra coisa. No programa do Jon Stewart, no outro dia,
Malala, sábia de 16 anos, explicou que aos 14 anos ainda era uma criança. Ela
opunha-se aos talibãs - quer dizer, paquistanesa, ela queria estudar. Ilusões
infantis e heréticas. Ela sabia que risco corria, e pensou: "Se vierem os
talibãs, que faço?" E ela respondeu--se: "Bato-lhes com uma chinela." O Jon
Stewart ficou vidrado. E ela continuou: "Mas depois disse-me, se lhes bato sou
igual a eles. Tenho é de estudar." O Jon Stewart tapou a cara com as mãos. E
ela, de perfil, majestosa, calada, com a sua boquinha torta de um dos tiros que
levou (os talibãs vieram mesmo). O Jon Stewart: "O teu pai está a ver-nos. Achas
que ficaria aborrecido se eu te quisesse adotar?" Ele disse isto como os homens
bons dizem para disfarçar a felicidade quando encontram um ser de exceção.
Malala Yousafzai é o nosso prémio quotidiano de paz connosco."
Ferreira Fernandes, aqui
Vale a pena ver a entrevista!
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