AINDA AGORA É MANHÃ
Ainda agora é manhã, e já os ventos
Adormecem no céu. Pouco a pouco, A névoa antiga e baça se levanta.
Ruivamente, o sol abre uma estrada
Na prata nublada destas águas.
É manhã, meu amor, a noite foge,
E no mel dos teus olhos escurece
O amargo das sombras e das mágoas.
JOSÉ SARAMAGO, in PROVAVELMENTE ALEGRIA (Caminho, 5ª ed., 1999)
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