Estamos tão embutidos num mundo de palavras escritas que nos esquecemos frequentemente que até há 40 anos atrás estas escasseavam. Toda a educação e comunicação assentavam na palavra falada e em imagens. Obviamente que hoje ainda existem locais onde a escrita é bem mais que rara e as imagens ainda desempenham o seu papel pedagógico.
No caso da tampas de panela de Cabinda, feitas em madeira, as representações tendem a ilustrar ditados comuns, usados na oralidade tendo assim um papel utilitário, pedagógico, de lembrete e perpetuação da cultura popular local e também artístico.
Mais sobre estas tampas de panela aqui.
A utilidade da escrita vem inicialmente do seu uso em negócios entre pessoas que procuram acordar termos e que perderam tempo a negociar sobre eles.
ResponderEliminarOra o comércio em grande parte do mundo foi muito mais numa base de subsistência do que interpenetração comercial.
Sendo assim a imagética bastava para deixar rastro na História, com pequenas estórias à mistura...
Exactamente, a escrita mais antiga, a cuneiforme, na Mesopotâmia, está ligada à quantificação de viveres. E mesmo nessa necessidade de quantificar destacam-se as escritas ideográficas,com as tais pequenas histórias. As tampas de panela tem exactamente esse lado ideográfico. Gostei muito de as observar.
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