Minha gaveta arrancada e jogada ao chão, meu lápis afiado na
lâmina quente da paisagem, medina em que me perco in-
definidamente, meu cristal negro a rutilar na boca, meu
mais secreto alfabeto de que sei apenas três palavras.
Traz-me o mel doa teus cabelos derretidos. Vamos ser a chave
e o cofre e a combinação esquecida ou o altar virgem de
uma religião animal.
Vamos fotografar-nos toda a noite no flash brutal da nudez.
VASCO GATO, in A PRISÃO E PAIXÃO DE EGON SCHIELE (& etc, 2005)
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