O meu trabalho, ao ar livre, parou com a chuva. Cai forte ainda. Mesmo depois de horas. O bom é que não tenho que andar a subir e descer montes e matas. Ainda para mais ando com uma dor ciática que não há meio de desaparecer. O mau é que tenho que fazer trabalho de escritório, o que é no mínimo aborrecido. Não há como preferir uma sala fechada ao ar livre. Suplanta-se com uma chávena de chá de camomila com mel a aquecer as mãos, uma musiquinha de fundo a tocar e as histórias dos senhores que me acompanham nesta tarde, no café da aldeia. Coisas sobre a melhor maneira de cortar um tronco de árvore, as melhores meias para se ir apanhar a azeitona, a menina Branquinha que morreu antes de ontem com 103 anos e disse antes de se passar para o outro mundo que foi mais fácil nascer que morrer, o ti Ermelindo cujo médico aconselhou massagens com álcool que ele converteu em massagens ao estômago com bagaço.
Um chá com muita gente dentro. Quando, ao final do dia, chego a Coimbra, tenho sempre que me impingir um pequeno ajuste cultural.
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