8.9.12

Notas de um passeio à Baixa de Lisboa




Gosto de homens estátua. Não me tentaram assaltar. Pontinho para o Costa. O MUDE fecha às 6 da tarde. Uma hora estúpida em dias em que o Sol de põe às 8 e quando ainda existem tantos passeantes na zona depois dessa hora. A Rua Augusta está toda bonita. Experimentem ir lá amanhã com tudo fechado. Ou passar na rua do Ouro/Prata onde mais de metade das lojas estão fechadas, o que dá um ar de cidade do interior despovoada. Pergunta que me angustiou: onde é que esta gente vai ao supermercado. Resposta da parte pragmática do meu cérebro: aqui não mora gente.  O Terreiro do Paço está maio bonito assim com as laterais fechadas. Faltam as árvores (ouvi dizer que estão a caminho). Quis comer qualquer coisa mas os preços estão proibitivos e o meu início do mês é a 20. O Cais das Colunas é um sítio muito giro para um fim de tarde, a olhar o horizonte (tentando nublar a vista ali para os lados da Lisnave) e ler um livro. Muitos portugueses lá sentados mas também turistas. Afinal as colunas tem algo escrito. Ah, é um discurso do Salazar. E outro do Carmona. Que pitoresco. Começa a tocar uma banda angolana. Nada mais adequado ao local de onde partiam navios para as colónias e também serve como enquadramento acústico ao Dr. (este era mesmo doutor que era advogado) Salazar. Aparecem umas noivas que vão tirar fotos com as zonas industriais do Barreiro, do Montijo (Siderurgia Nacional, outra coisa do Dr. Salazar) e de Almada a servirem de pano de fundo. Deve ficar bonito em sépia, ocorre-me. Está a ficar frio. Paro para tirar umas fotografias que registem a passeata. Eis quando, vindo das memórias mais profundas do meu ser, daquela adolescência que desejamos para sempre perdida, ouço a música do Titanic (Miss Dion pois claro) a ser tocada em flautas de Pan. Não consegui evitar uma lágrima enquanto olhava para o Cristo Rei de braços abertos. Convenci-me naquele momento que para o ano vou antes ao Avante.

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