31.1.13



E hoje quem é que teve que convocar toda a coragem e mind force para atravessar esta ponte, que mais parecia saída de um filme do Indiana Jones? Pois, eu!
Mas depois da prova superada soube muito bem.


"Limpas, pois, suas armas, feito morrião celada, posto nome a seu rocim e a si mesmo se confirmando, deu em entender que não lhe faltava outra coisa senão buscar uma dama de quem se enamorasse, porque o cavaleiro sem amores era árvore sem folhas e sem fruto, corpo sem alma."

Cervantes in  Dom Quixote De La Mancha
 

A minha irmã está numa fase de country e no outro dia lá me convenceu a comprar uma daquelas caixas de 10 CD´s por 10 euros da FNAC com música...country! Como ando sem antena no carro e trabalho numa zona montanhosa é sempre bom ouvir música sem interferência.

Eis quando oiço isto


e fico a matutar de onde é que conheço. Não consigo descobrir. Ponho a música em repeat. Às vezes parece-me uma música conhecida outras vezes não. Também não sou muito versada em música country. Tantas vezes oiço que ela se cola ao meu cucuruto durante o resto do dia. Nada.

Deito-me na cama e descubro. É isto...

 




Os gatos da minha rua




A câmara municipal de Coimbra, na sua imensa sabedoria, achou que a melhor solução para  a recolha do lixo na zona mais antiga da cidade - a Sé Velha e Almedina - devido às suas ruas estreitas com pouco espaço para contentores é os moradores deixarem os sacos do lixo à porta de casa ou então encostado a certos cantos da rua. Como se pode imaginar não é um uma vista bonita na zona mais visitada por turistas.

A acrescentar à agressão visual muitos moradores acham por bem terem gatos,aos quais não dão abrigo em casa, dormem na rua e comem na rua...dos sacos do lixo. A minha rua tem tantos gatos que quando entro no carro tenho que bater os pés no chão não vá estar um por baixo a dormir.

Os gatos, ainda por cima são temperamentais. Não se afastam das pessoas e ainda nos cumprimentam com um daqueles miados  do género "estás a pisar o meu território é melhor que saias daí". De noite é um festival de miados que mais parece o Cats meet  West Side Story. Mas a força do hábito é grande e já não imagino a minha rua sem felinos. 

No entanto era bom que os sacos do lixo desaparecessem.

Agora dos cães e seus presentes nem sinal...

30.1.13

The Wednesday Breakdown






O QUE MAIS AMO

Não sou capaz de estranhas paixões
e amo, como muitos, o vento forte
que agita a roupa estendida nas cordas,
as bicicletas ferrugentas
de pneus furados
esquecidas em garagens e arrecadações,
a água fresca que mata a sede
ao mais miserável dos homens.
Mas se, como outros, amo os dias de intensa luz
e o descuido dos pássaros no ar,
ninguém ama como eu
as estrias do teu ventre,
a primeira casa de dois filhos.
De todas as coisas prodigiosas que conheço
são elas o que mais se parece
com os rasgos abertos por um arado
na terra crua deste mundo.


LUÍS FILIPE PARRADO, in CRIATURA/6 (Calíope/AAFDL, 2011)


Clementine: É isso, Joel. Vai acabar logo.
Joel: Eu sei.
Clementine: O que faremos?
Joel: Aproveitamos.





Tenho um pensamento burbulhante. Que nem de perto nem de longe se reflete na minha escrita mas que em grande peso se reflecte na minha sanidade. A juntar às mil ideias por segundo existem outros tantos objectivos diários que me proponho realizar mas como desorganizada que sou nunca consigo concretizar plenamente. Segue-se um sabor a frustração.
Trabalhar, escrever nos blogs, fazer aquela cahe a caminho de casa, passar no Pingo Doce e comprar um frango assado, ver o filme que vai dar na RTP2, escrever o parecer técnico, conseguir ler 30 minutos por dia o livro do momento, acabar o Expresso, despachar pelo menos uma referência bibliográfica da tese, preparar o almoço do dia seguinte, ver um ou dois episódios de Californication....

Chega a ser exasperante...sobretudo a sede que tenho de ler, ver e ouvir tudo o que quero...e nunca páram de sair livros, filmes ou álbuns que quero conhecer. É uma sede nunca sacviada. Por isso há um momento em que temos que parar com esta mania do multitasking e fazer apenas uma coisa, por inteiro e em plenitude. Foi o que andei a fazer por estes dias.
Sábado foi dia de passear sem destino a tarde toda e de chegar a casa tão bem disposta que o culminar foi a montagem de um móvel que tinha comprado Há uma semana mas que ainda não tinha tido vontade de tornar inteiro. Isto ao ouvir, de uma ponta à outra, um álbum dos The Smiths.
Domingo e segundo foram para dedicar à tese (excluindo, claro, as horas de trabalho) e está a ficar finalmente bem ao meu gosto e a dar resultados muito interessantes.

Diminuir a velocidade por apenas três dias já me fez dormir melhor e pacificou-me a alma. Venha de lá essa semana! :)

26.1.13




A journey is a person in itself; no two are alike. And all plans, safeguards, policing, and coercion are fruitless. We find that after years of struggle that we do not take a trip; a trip takes us.
 
John Steinbeck

25.1.13

Se me quero sentir bem é ouvir este homem




Saio logo a dançar pelos 15 metros quadrados que tem a minha casa.

Coração




Onde está meu coração
Que outrora batia descompassadamente?
Talvez ancorado num cais perdido
Talvez esquecido num areal longínquo
Ou quem sabe, nunca tenha assim batido...

Onde poderá estar?
Nas cordas dum violino
Chorando acordes melancólicos
Num beco sem saída, num temporal
Naufragado num oceano
Envolvido num sudário de estrelas do mar
Ou na etérea neblina da floresta
Caminhando como um insano perdido, quem sabe...

Recordo vagamente, como pulsava em mim
Procuro incessantemente sem o vislumbrar
Retenho em mim memórias vagas
Lembranças diáfanas.

Meu coração, agora sem rosto
Deixou de sentir, pereceu
Em seu lugar está uma ferida, mal cerzida
Já esqueci a razão pela qual sorria
Neste tempo, sem tempo
Onde, fugazmente, a vida aconteceu.

Não quero calar a voz que dói em mim
Numa preamar, quem sabe, logo de madrugada
Num eco do mar, eu o posso encontrar
Ou uma gaivota, protegendo-o em suas asas
Mo possa devolver, sem coros ou lamentos
Quero-o de novo, pulsante ardente
Quero-o, quero-te coração, em mim novamente!


CECÍLIA VILAS BOAS, in O ECO DO SILÊNCIO (Esfera do Caos, 2012)

Lili mais uma vez a provar que ainda se pode bater mais no fundo


A idosa que vive em mim decidiu ligar não só para o Cartão de Sonho da Conceição mas também para as Estrelas da Tarde da Fatinha.... O meu pai está cheio de orgulho!
O que é que eu ganhei? Uma espera de 30 minutos até os programas acabarem e ligarem para uma velhota de Terras de Bouro (já agora um sítio lindo) para ir tomar café.

24.1.13


E ao final do dia, no meio do trânsito, do céu cinzento de nublado e dos pensamentos emaranhados, a rádio começa a tocar isto. Mágico!




Por já ter trabalhado em atendimento sei ser compreensiva com certos comportamentos de quem nos atende ou com algumas situações concretas em lojas ou serviços. Também tento ser mais sorridente e paciente com quem me atende porque sei bem como isso pode fazer a diferença. Por outro lado sou extremamente exigente com a qualidade do atendimento e do serviço e quando não estou satisfeita faço-o notar ou peço mesmo o livro de reclamações.

Ora então esta semana fui a um cinema ZON - Lusomundo. E toda a gente sabe ou imagina como  estão caros os bilhetes para o cinema (cerca de 6 euros). Se me predispus a pagar esse valor mereço o tratamento convencional de qualquer espectador. 
Na sala, que era das maiores, do género cine-teatro, estavam apenas 8 pessoas. O filme começou quando devia e tudo parecia normal, tirando o facto de apenas um funcionário estar a trabalho naquele momento (6 da tarde), o das bilheteiras. Ninguém confirmou se eu tinha o bilhete ou ajudou a indicar os lugares na sala.

Agora os filmes voltaram a ter intervalo. Este dura 7 minutos. Como o filme era grande e eu sou uma sorvedoura de água tinha necessidades fisológicas urgentes. Quando chego junto ao WC estão uns pinos com uma fita entre eles a impedir a entrada das pessoas e um letreiro a pedir que nos dirija-mos aos WC do centro comercial.  Vou até fora do complexo de cinemas à procura de um WC próximo..nada. Pergunto a alguém onde fica o mais próximo e dizem-me que tenho que atravessar meio centro comercial. E os 7 minutos de intervalo a contar. Decido não estragar o filme e aguentar. Depois no final ia pedir o livro de reclamações. De repente vem-me à ideia passar a fitinha que me impedia de chegar aos WC e rodar a maçaneta da porta...eis quando ela se abre e o lugar está iluminado. Experimento para ver se existe agua. Ela está ligada. Ora pois que faço o que vim fazer e vou para a sala de cinema acabar de ver o filme.

Resumindo, uma pessoa paga um bilhete que lhe dá direito a uma série de condições que lhe são negadas (atenção que também os WC de pessoas deficientes e de bebés estavam fechados, o que causa ainda mais transtorno do que a nós comuns mortais). Se não me tivesse armado em bandida e arrombado a porta do WC tinha perdido parte do filme (razão de comprar o  bilhete). A crise é a desculpa para muitos cortes, mas tal como no governo, há cortes nas gorduras e cortes no que é essencial. Aqui há uns anos todos os estabelecimentos comerciais foram obrigados a fazer obras para disponibilizarem aos seus clientes WCs diferenciados por género e são, mais uma vez, os gigantes endinheirados que se comportam pior e com mais impunidade (e note-se que aqui nem na electricidade estavam a poupar com o encerramento dos Water Closets).

23.1.13




A notícia é da TVI:

"Prostituta seduzia homens para depois lhes ficar com o dinheiro".

Ora vamos lá colocar os pontos nos ii´s, ou a senhora é uma prostituta ou seduzia homens. Trocando por miúdos, ou os homens se deixavam seduzir por uma mulher altamente magnetizante ou então foram mesmo roubados por uma prostituta a cujos serviços recorreram. São coisas diferentes!


Adoro ver esta gente a dançar. Se tivesse mais tempo ficava aqui horas a ver estes vídeos. E a genica que é precisa para fazer estes movimentos?

The Wednesday Breakdown



Viva a venda da dívida!!



22.1.13



Esta semana anda assim! A formiguinha a correr para fazer os trabalhos todos do mundo! aiai

21.1.13



A imagem em cima apresenta um dente que em 1790 foi esculpido por um artista francês de modo a ilustrar o mito do "verme dos dentes".
Antes de a ciência começar a explicar certos fenómenos era a mitologia que suportava a razão de ser destes acontecimentos, como por exemplo a dor de dentes. Acreditava-se que um verme se infiltrava no dente por um pequeno buraco e o ia consumindo. Quando o verme se movia provocava a dor de dentes, quando parava esta passava.
À esquerda na imagem pode-se observar a representação do verme dentro do dente e na da direita representa-se o inferno como alegoria à dor de dentes. 

P.s. E este tipo de assunto, maus caros leitores, é parte da minha área de trabalho.




Os seios das raparigas tremem um resto
de frio nos decotes — e os seus vestidos
têm agora saias mais curtas. Os rapazes
encostam-se à pele dos muros e escrevem
vergonhas. Ai, quem me dera ter outra

vez a idade deles para não saber que a
morte nunca desiste de chamar pelo amor.


MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA, in POESIA REUNIDA-A Ideia do Fim (Quetzal, 2012)

20.1.13



Depois disto a família Malhoa faz nova (e merecida) aparição neste blog!

Mensagem para Seguro



À descoberta



Arte?

No máximo ciência e tecnologia. Já agora um raio-X é arte.

Sobre o modo como é gerido este País, Maria de Jesus Lourinho disse tudo (para ler com atenção e reflexão).

Dos melhores Open Titles do Bond



Cesariny...



Por Os Poetas!



"Lembro-me de que o seu corpo, a sua atitude e os movimentos resultavam por vezes rudes. Não que ela fosse tão rude. Parecia, sobretudo, que se recolhera no interior do seu corpo, que o entregara a si mesmo e ao seu próprio ritmo pausado, indiferente a alguma ordem do cérebro, e que esquecera o mundo exterior. (...) Mas nisso não era rude, tinha gestos fluidos, graciosos, sedutores; uma sedução que não é seios e nádegas e pernas, mas sim o convite para esquecer o mundo dentro do corpo."

Bernhard Schlink in O Leitor

1,2,3


Um

Dois


Três


19.1.13

De como eu tenho a mania de ser do contra: Rescaldo Globos de Ouro (fashion report)


Os vestidos mai lindos para a Lili (e seguramente aqueles que ela usaria num dos muitos happenings a que vai) são, pelos visto nesta blogosfera (e sondando a mana também  cá em casa), os mais feios para a maior parte das outras pessoas. Digo o que digo nos saldos: deixem lá que assim ninguém compra e eu venho no dia 27 de Fevereiro comprar um Versage pelo preço da Primark.





Tenho cá para mim que a Alexandra Lencastre já passou mais tempo casada com o Virgílio Castelo (com que esteve de facto casada) e o Nuno Homem de Sá na ficção do que com o primeiro e o holandês na vida real. Um bocadinho perverso não?

Lili comenta os assuntos da blogosfera: chamem-me nomes vá


A minha mãe tinha uma vaca quando era criança. Uma vez a vaca deu-lhe uma marrada nas costas e a mãe-criança ficou muito magoada. Os meus avós precisavam da vaca e não a abateram (obviamente nem lhes passou pela cabeça). Chamaram a atenção à minha mãe porque se aproximou muito da vaca e não se precaveu (foi mais ao jeito de levar um sermão). A minha mãe tinha uns 10 anos. Quando se é ainda mais novo o papel de olhar pelas crianças/bebés é dos pais.

Uma vaca, uma cabra, ovelha, gato e cão antes de serem domesticados são animais (irracionais?). São os donos que tem que se responsabilizar por eles, tal como os pais pelos filhos. 

Há uma diferença gigante entre um animal agressivo (mau?) e um animal que reage por instinto. Isso tem que ser esclarecido. Não se pode matar um animal por ele ser...um animal!

Deixo aqui claro que não sou particularmente uma animal lover (gosto de gatos e de  hamsters). Não me identifico minimamente com cães. Nunca teria um cão porque não sou uma pessoa certa e rotineira para andar com eles na rua, porque gosto de viver num andar e acho que cães não são animais de apartamentos pequenos (ou apartamentos fechados de todo!) e às vezes chego a casa com um humor tal que não me apetece dar carinho a um ser que o procura. O que me leva a pensar que trato melhor os cães do que gente que realmente tem cães.


Quando os relacionamentos não são muito saudáveis tenho que me distanciar, deixar de estar com a pessoa, deixar de falar ao telefone, mandar mensagens, etc. Isso custa-me horrores, passo as passas do Algarve até que me lembro "Mas eu já consegui deixar de fumar! You mean nothing to me.".
Palavra que quando se consegue abandonar um vício não há maior prova de amor próprio e, pelo menos no meu caso, dá para recalibrar logo os momentos chatos da vida.


Estão a ver o Missão Impossível, aquele filme com o Tony das Cruzes, que ali em meados doas anos 90 criou uma ponte entre o James Bond e o Jason Bourne? Estão a ver o filme cheio de gadgets que na altura apenas existiam no mundo do cinema ou nas mãos de gente com muito muito dinheiro? Estão a ver a cena iconográfica do filme com o Tony pendurado numa sala onde não pode tocar no chão para roubar uns ficheiros de um computador? Estão a ver o momento em que ele os rouba? Estão a ver a disquete? Já está, seus datados!

 A minha little sister perguntou-me "disquete o que é que isso quer dizer?".

P.s. É sempre bom, muitos anos depois, descobrir que das melhores coisas que este filme tem - a banda sonora - é tão só assinada pelo senhor Danny Elfman

Lili de onde vem o teu requintado gosto musical?




Uma homenagem à chuva destes dias! Estes meninos até se mudavam para cá se soubessem.

Directamente dos idos tempos "ainda nem tens 15 anos mas os teus ídolos podem ser strippers gays que mais tarde vais achar feios que nem um calhau". (Eu cá era mais Take That mas tenho muita amiga crescida que já chorou por estes meninos. O que é que ouvem agora, mulheres feitas de 30 anos? Il Divo!)

O mistério das rabanadas de vento


O vento forte faz voar coisas como árvores, estendais e estores mas mesmo ao lado deixa intactos aqueles vasos pequeninos que as pessoas tem nas janelas!  Devem estar colados com super  cola 3.
É assim na zona antiga de Coimbra. 



Achei brilhante!

© christopher boffoli 2011


18.1.13


Sim eu vi a notícia sobre o happy meal que parece durar mais que o Oliveira. Sim eu atravessei Coimbra às seis da tarde, no meio de um dilúvio, para comer um double cheese que desapareceu em menos de 10 minutos. 
Passaram-se quase seis horas e dei conta que me parou a digestão...



Por estes dias o mundo dos blogs anda a postar pensamentos sobre como é giro andar de galochas e cheirar a chuva. Só que isso  é muito giro quando se trabalha num escritório ou local fechado (e mesmo assim com a pioria do trânsito também não se justifica muito) ou quando se está em casa, quentinha, de caneca chá na mão e de preferência com um livrinho interessante para ler.
Mas agora imaginem que uma pessoa trabalha invariavelmente ao ar livre, no meio da lama (galochas enterradas na lama deixam os pés g-e-l-a-d-o-s) e sem se mexer... Mais ou menos num cenário assim:


Pois.... A minha imagem no trabalho é mais ou menos como a do amigo símio que se segue (que já agora é um uso muito interessante de ferramentas por um não humano):


Valha-me o fim de semana!

17.1.13




NO TEU OMBRO POUSADA

No teu ombro pousada, a minha mão
Toma posse do mundo. Outro sinal
Não proponho de mim ao que defino:
Que no mínimo espaço desse gesto
Se desenhem as formas do destino.


JOSÉ SARAMAGO, in PROVAVELMENTE ALEGRIA (Caminho, 5ª ed., 1999)

16.1.13




É sempre bom ver como os privados premiam quem o Estado ignora (aqui na pessoa da FCT).



Ora este blog está a votos no Aventar, na categoria de Blog Generalista e (a ousadia, a ousadia) Blog Revelação.
Se gostam do que aqui se escreve doem o vosso voto. :)

Já agora aproveitem para espreitar as categorias e conhecer outros blogs. Eu ando deliciada com o que escreve por aí, blogs que de tão bons às vezes até tenho vergonha de comentar.

P.s. Parece que também está na categoria de Livros, Literatura e Poesia.

E eu que gosto tanto de um presuntinho da Terra Fria...



Apenas duas palavras: Gangnan Style




"Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês Homens…
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se."
Excerto de Carta de despedida de Gabriel Garcia  Marquez
 

The Wednesday Breakdown


(Autor Desconhecido)



A realidade é que percebi melhor a questão dos pagamentos de ordenados em 2013 no Goucha do que em qualquer outro sítio. Vou começar a pedir que me expliquem as coisas como se "fosse uma senhora muito muito velhinha".

15.1.13






Já andava a prometer desde Sábado mas hoje está a ser um dia particularmente mau. De tal maneira que quando me agarro a qualquer coisa para me sentir melhor essa coisa falha também: cozinhar para espairecer/comida queimada, trabalhar ou ler blogs/ligação à net defeituosa, ver um filme ou uma série/disco externo estraga-se... Estão a ver o caminho que isto segue?
Por isso hoje fico-me por aqui, tenho muitos posts na calha mas este é um dos dias em que nada sai direito.
Boa Noite e Obrigada.

P.s. A imagem do exorcista é só a minha gargalhada final. Há mesmo alguém que se deu ao trabalho de tricotar aquilo.



Com tudo tão sem cor - o dia, as caras, as palavras e os gestos - mais vale recorrer aos artifícios da imaginação para percorrer com um pouco mais de alegria e vontade estas horas bem cinzentas.



Onde quer que o encontres
escrito, rasgado ou desenhado:
na areia, no papel, na casca de
uma árvore, na pele de um muro,
no ar que atravessar de repente
a tua voz, na terra apodrecida
sobre o meu corpo – é teu,

para sempre, o meu nome. 

MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA, in NENHUM NOME DEPOIS (2004), in POESIA REUNIDA Quetzal, 2012)

13.1.13




"Não consegui desviar o olhar. Das suas costas e dos seus ombros, dos seus peitos, que a combinação realçava mais do que escondia, das suas nádegas, que repuxavam a combinação quando ela apoiava o pé no joelho e o colocava na cadeira, da sua perna, primeira nua e pálida e depois, dentro da meia, envolvida pelo brilho sedoso."

Bernard Schlink in  O Leitor

Banda sonora para acompanhar o sprint final da leitura de um livro




O que fazer com os danos psicológicos?

12.1.13

Por aqui só chuva



Equilíbrio




 



à volta
e tu
no meio
à volta
e tu
em cima
tu
por debaixo
de mim
à volta
e tu
no meio
das minhas mãos
de mim
no centro
por dentro
de mim
à volta
assim
tu
sempre
assim
dentro e fora
de mim
à volta
por dentro
no centro
de ti


ANTÓNIO CARDOSO PINTO,
 in antoniocp.multiply.com

This is not a fashion blog






Como ensinar a ler na Idade Média?


"Propõem-se e ensaiam-se metodologias especificamente destinadas ao ensino materno da leitura a desenvolver pelas crianças. Uma delas sugere que se corte pedaços de fruta ou faça pequenos bolos em forma de letras, para dar a comer às crianças como prémio sempre que elas leiam correctamente. Outra (...) consiste no fabrico de uma louça própria para a criança, ornamentada com o abecedário para lhe estimular e desenvolver o gosto lúdico pelas letras."

Ana Rodrigues Oliveira e António Resende de Oliveira in História da Vida Privada: A Idade Média

Lili de onde vem o teu requintado gosto musical?



Hoje vai em dose dupla que a minha costela avec é grandinha (e sim...eu passei uma parte da infância a entremear Monsieur Dassin com os Bonney M).




Não sou de ligar muito ao número de visitantes diários do blog. Ligo (muito) aos comentários, vou reparando nos seguidores (16, um tesouro) e sobretudo faço aqui a minha pausa diária (tanto escrevendo como lendo blogs). 
Isto tudo a propósito de ontem ter sido o dia com mais visitantes ever (122!) aqui no burgo. Não sei como aqui chegaram mas continuem a vir! Sabe bem escrever e ser lida. :)

E para agradecer tomem lá uma das minhas musiquinhas favoritas de sempre:


Novo olhar



A caminho da Guarda



Nada melhor, depois de uma semana de trabalho, do que entrar num comboio quase à porta de casa e sair  (3 horas depois) praticamente com os pés na soleira do sítio onde vou ficar. Isto sem me preocupar com gasolina, portagens, estacionar e conduzir e com tempo para andar pela net, ler metade de um livro e acabar o Expresso da semana passada.

A paisagem devia ser bonita mas os dias andam pequeninos e já era de noite quando viajei.

Agora vai ser um fim de semana de passeio, frio muito frioooo e colocar as leituras em dia.

11.1.13

Coisas estranhas




-Escrever no facebook que a minha localização actual é na Guarda e ele perguntar se quero guardar

- Descobrir que Jesus Cristo nasceu entre 8 a 4 anos antes de Cristo.

- Ver a Judite de Sousa diariamente na TVI desarranjada em pelo menos um destes pontos: cabelo, maquilhagem ou farpela.

-Descobrir que a Diana, a Jonet e a Pepa são sinónimos da mesma coisa.


Ok, eu também tenho telhados de vidro e não resisto ao pequeno David.

Uma Chanel clássica


...aqui com Dalí.

Já agora, não acham a Chanel original tão pouco Chanel?

Aproveito este espaço para formular um desejo (que pode ou não ser para 2013): um filme-biografia sobre o Jeff Buckley com o James Franco no papel principal.
Fim de desejo. 

Duodécimos...



Sinceramente acho que a questão dos duodécimos é um assunto do domínio dos contos de fadas. Para mim faz todo o sentido que os patrões diluam os subsídios ou acham normal terem que pagar, por exemplo no caso do subsídio de férias, a dobrar no exacto mês (Agosto) em que se atingem os limites mínimos de ganhos? Assim como assim sempre se gere melhor as finanças. 

Entre tantas medidas escandalosas dão direito de antena a uma das que mais sentido fazem.

Cover me Up





10.1.13

Hoje foi dia da Vanessa


Espécie: Vanessa atalanta (diz-me um amigo das biologias)

Se pudesse ser também gostava que 2013 me trouxe-se uma mala Channel mas desde que me mantenha a trabalhar já fico contente. Se não, que venha a Channel sempre são uns quantos ordenados metidos numa mala.

Vivo com o Gaspar...





 
O Triunfo dos Imbecis  

Não nos deve surpreender que, a maior parte das vezes, os imbecis triunfem mais no mundo do que os grandes talentos. Enquanto estes têm por vezes de lutar contra si próprios e, como se isso não bastasse, contra todos os medíocres que detestam toda e qualquer forma de superioridade, o imbecil, onde quer que vá, encontra-se entre os seus pares, entre companheiros e irmãos e é, por espírito de corpo instintivo, ajudado e protegido. O estúpido só profere pensamentos vulgares de forma comum, pelo que é imediatamente entendido e aprovado por todos, ao passo que o génio tem o vício terrível de se contrapor às opiniões dominantes e querer subverter, juntamente com o pensamento, a vida da maioria dos outros.
Isto explica por que as obras escritas e realizadas pelos imbecis são tão abundante e solicitamente louvadas - os juízes são, quase na totalidade, do mesmo nível e dos mesmos gostos, pelo que aprovam com entusiasmo as ideias e paixões medíocres, expressas por alguém um pouco menos medíocre do que eles.Este favor quase universal que acolhe os frutos da imbecilidade instruída e temerária aumenta a sua já copiosa felicidade. A obra do grande, ao invés, só pode ser entendida e admirada pelos seus pares, que são, em todas as gerações, muito poucos, e apenas com o tempo esses poucos conseguem impo-la à apreciação idiota e ovina da maioria. A maior vitória dos néscios consiste em obrigar, com certa frequência, os sábios a actuar e falar deles, quer para levar uma vida mais calma, quer para a salvar nos dias da epidemia aguda da loucura universal.

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'

9.1.13




Coração inconstante,
 a quem a charneca edifica a cidade
no meio das velas e das horas,
tu sobes
com os choupos até aos lagos:
aí talha a flauta, de noite,
o amigo do seu silêncio
e mostra-o às águas.
Na margem
vagueia embuçado o pensamento e escuta:
pois nada
surge com a sua própria forma,
e a palavra, que brilha sobre ti,
crê no escaravelho dentro do feto.

Paul Celan, in "Papoila e Memória"

The Wednesday Breakdown




Representação da chuva de meteoritos ocorrida em Outubro de 1933.
Fonte: Larousse Encyclopedia of Astronomy


Isto era suposto ser um post do género "que a chuva de meteoritos na imagem vos guie numa boa noite de sono" mas de facto, Lili, uma chuva de meteoritos para desejar uma boa noite? Aqui está a razão das tuas insónias.