31.5.13



"Um pouco de trabalho, repetido trezentas e sessenta e cinco vezes, dá trezentas e sessenta e cinco vezes um pouco de dinheiro, isto é, uma soma enorme. Ao mesmo tempo, a glória está feita.
Do mesmo modo, uma porção de pequenos gozos compõem a felicidade. Criar uma banalidade, é o génio. Devo criar uma banalidade."

Charles Baudelaire, in "Diário Íntimo"

Set my mood/ Cover me up



Uma música assim... perfeita!
 

 
Amanhã tenho que fazer uma comunicação num congresso e estou assim a modos que a entrar em parafuso. Já digo tudo mal, alimento em vez de elemento, mente em vez de dente é uma desgraça. Acho que vou ficar quietinha e tomar um zyrtec antes de apresentação para os nérves não me trairem!
 
Às 11 da manhã de sábado lembrem-se de mim! :)

Decidi dar a leitura da minha electricidade a EDP...





 
 
 
 
 
 
 
 

...obviamente que com a minha sorte devia ser a única consumidora cuja estimativa era feita por baixo. Vai daí vou pagar o dobro... (#LiliAsinina)
 
P.s. Trabalhei um ano para a EDP e estou convencida que me vão levar em contas de electricidade tudo o que me pagaram...

30.5.13

A tese, esse bicho!



Fiz uma pausa aqui no estaminé para me concentrar na escrita da tese. Durante um mês ecsrevi uns quantos capítulos. Volto a escrever aqui, escrevo dois capítulos inteiros em três dias...

Fragmentos de uma mudança





...ou de como se pode encontrar beleza no meio de um ambiente de obra! (o sapinho que estava enterrado numa horta foi gentilmente recolocado por um trabalhador, vivinho da silva e a espernear, junto de um poço fora da zona dos trabalho... ao pé de mim toda a gente tem de ser amiga do ambiente)

Cover me Up


Na minha casa existia uma música que se ouvia às escondidas. O meu pai tinha medo que os vizinhos dessem conta que a ouvissemos e ficassem a pensar que eramos o Bataclan e por isso o vinil tocava baixinho, baixinho e tinhamos que ficar em silêncio enquanto dava.
 
Era o Serge e a Jane...


Mas se o meu pai soubesse que a Brigit punha a sua voz na mesma canção... até tinha q vergonha de ouvir baixinho. Tão mais lascivo, sexual, quente...




Quando era adolescente, nos 13/14 anos,  as minhas colegas, pioneiras na arte de namorar, achavam que era a mostrar ciúme que se fazia notar o "amor" pelos namorados. Eles achavam aquilo muito engraçado porque lhes permitia ir dando corda a mais  uma ou outra rapariga só com a desculpa de provocar a namorada...  obviamente não corria bem.
Hoje em dia, tal como em tantas coisas, a atitude adolescente subiu nas classes etárias e são já jovens de 20 e poucos que acham legítimo o ciúme exagerado - segundo notícia amplamente divulgada - com escalada para a violência. Há quem pense que uma estalada bem dada pode ser importante para a relação...
Este é um assunto que ando a remoer à dias e que não consigo mesmo entender. Com toda a informação que estes miúdos consomem é de esperar que estejam mais do que sensibilizados para a violência conjugal. De facto estão, eles apenas 1. acham um exagero isso de chamar violência a um puxar de cabelos ou uma estaladinha de nada, 2. viram em casa (a justificação de antigamente), nos amigos ou na televisão e acham que assim há justificação e 3. há um gosto pelo drama, um "ele viu-me a falar com o fulano tal e deu-me uma estalada, deve gostar mesmo de mim"...
Há uma patologia muito grave nisto tudo, porque mais do que no caso das gerações anteriores em que o homem, ser dominador da relação à partida, durante século (erradamente) descarregava na mulher e a sociedade assobiava para o lado, este é um problema de sociedade, de fundação. Estamos a falar de jovens - o amanhã - que se apresentam completamente dependentes do sentimento de posse, assim como possuem um i-pod também são donos de um namorado/a. Não sou psicóloga ou socióloga mas  cheira-me que no meio disto tudo a estalada final é para todos nós.

29.5.13

Comprei uma bicicleta!!


 
B.B., aquela mulher... o Gainsbourg é que a sabia...
 
Não importa  os anos que se passarem, a alegria de comprar uma bicicleta é praticamente igual à que senti quando me deram a minha primeira - a amarelinha - com rodinhas e cestinho. Ando para aqui cheia de borboletas no estômago de pensar que  a vou buscar hoje! (e olhar para o menino da loja que também era bastante agradável)
 
Ora como se sabe nestas coisas das grandes alegrias não se consegue falar de mais nada por isso aqui vai um pim, pam, pum dedicado a esse notável meio de locumução, dona bike! 
 
Pim!
 
Blanchet
 
Pam!
 
 
 
 
 
Pum!
 
 
 
 
 

 
 
I paint self-portraits because I am so often alone, because I am the person I know best.
Frida Kahlo

The wednesday breakdown


 
 

Falando em sereias e não saindo do tema da tese...

Lugares onde gostava muito de estar: Porto, próximo fim de semana


28.5.13

No domingo lembrei-me da Daryl Hannah




Splash sempre foi sinónimo de Daryl Hannah lá por casa. E de felicidade!! Eu porque gostava de coisas com sereias - uma tradição iniciada com a Ariel e continuada pelo Peter Pan - e o o meu pai porque gostava da Daryl Hannah. No domingo Splash foi sinónimo de Júlia Pinheiro durante duas horas à beira de uma piscina mas vestida como se fosse a mãe do noivo e dois segundos de mergulho de sua excelencia José Castle-White!
 
Na SIC esfrangalharam-me uma memória de infãncia. Isso não se faz.


III

Hoje a dor é tanta que a viagem não é fácil; é quase como querer agarrar uma coisa que já não se tem, para a poder conter, apenas, na esperança; é como se sentisse esvaziar-me e simultaneamente me debatesse desesperadamente para não deixar jorrar para fora de mim o bom....ponho as mãos em cima do peito e digo - coração, por favor, não deixes sair o que aí entrou; ponho as mãos nos olhos e peço-lhes para conseguirem ver para dentro as imagens com nitidez; enrolo-me no meu corpo, como a querer conter, guardar e não perder aquele afecto, aquele bom. E para apaziguar a dor, reconstruo, no hoje, bocados de vida vividos contigo, tentando agarrar o que senti para repetir, repetir, repetir, na ilusão de que revivo. E talvez reviva, mas é como uma fotografia que vai perdendo a nitidez. Por que o faço? Acho que é o não querer perder-te, é o procurar amornar a dor da perda como se esta pudesse dividir-se em pedacinhos mais fáceis de suportar. Porque afinal não posso colocar as mãos em ti e, sem te pedir que fiques sentir-te a ficar, perpetuando-te.


MARIA JOÃO SARAIVA, in A DOR QUE ME DEIXASTE (Coisas de Ler Editora, 2ª ed, 2011)

Bette Midler, David Bowie, Michael Jackson and Cher
 
 
Os anos 80 não foram de facto muito bons para o aspecto das pessoas (e falo do alto das minhas collants de meio centímetro de grossura vermelhas, golas gigantes bordadas à mão, saias da lambada e calças com elástico para colocar debaixo do calcanhar) mas a conclusão que se tira desta foto é que a aexcepção é o Michael. Nos anos 80 é que ele estava bem, antes de se tornar um fantasma (90´s) e de morrer efectivamente (00´s).
 
Foto encontrada num Tumblr muito engraçado por sugestão do Mak, o mau. Dois sítios bons de visitar.

25.5.13

Set my Mood


Ternura


 
Não partilho aquela ideia de superioridade de se ser humano em relação aos outros animais mas esta caixa cerebral de  tamanho incrivelmente grande por vezes faz-nos ser surpreendentes. Duas coisas me comovem muito na forma humana de ser, uma delas é a arte e a outra é o altruismo (fazer algo por alguém sem se beneficiar nada com o acto, fazer porque se quer).
 
Posto isto a história (possível) da foto - retirada daqui:
"Se trata de uma legião francesa na Argélia, provavelmente durante a Guerra de Independência (1954-1962). A Legião Estrangeira encontrou o filhote de burro abandonado e morrendo de fome, resgataram e o animal recebeu o nome de Bambi, tornando-se mascote do regimento.

A foto, de 1958, foi publicada no Daily Mail e os soldados receberam uma homenagem da "Sociedade Americana para a luta contra a crueldade animal" e da "Real Sociedade para a Proteção dos Animais" (RSPCA) em Londres."
 


Gostar de caminhar sem destino pela minha cidade faz-me renovar a atenção que dou às ruas e casas por que habitualmente passeio, notando coisas que durante anos me passavam ao lado.
No outro dia dei uma volta pelo centro de Coimbra e fixei-me nos cabeleireiros. E não é que 80% dos cabeleireiros são geridos por uma Conceição? Ele é a Sãozinha, a São, a Ceição... (em Lisboa é mais cabeleireiros com nomes africanos como Muffata Trancinhas ou com pretensão de ser cabeleireiro gourmet, algo tipo Oh La La Ces´t Chic hair couffour ou Beauthy Saloon, assim tipo western ).  Lá pelo meio pareceu a barbearia  Pente de Oiro e consegui mudar a minha atenção para as mercearias.

24.5.13

Aquele momento musical...


Cavaco



(Será que consigo uma queixa? Assim aproveitava e apresentava as minhas!)

Problemas com o calor nº1




Ou bem que fico com rugas nos olhos ou bem que pareço um texugo com duas bolas brancas no sítio dos óculos de sol.

3,2,1...and I´m back!



E deste modo resumo as experiências que andei a ter durante a minha ausencia blogosférica!
 
 
No entanto...
 
posso também dizer que finalmente decorei a minha casa como sempre quis. Com meia loja do IKEA. Acho que escolhi um quadro que toda a gente tem (a Hepburn no Breakfast - tenho uma hipster dentro de mim que de vez em quando põe uma patinha de fora).
A coisa mais gira que comprei para a casa foi um regador no chinês.
Tornei-me uma mini jardineira (sim por causa do regador pus-me a comprar plantas).
Ganhei 40 sobremesas apenas respondendo a um inquérito.
Fiz anos (o horror).
Não tive tempo de fazer um jantar de anos em Lisboa.
Fui a Évora a um congresso e passei metade do tempo a fazer geocaching.
Dormi num hostel mesmo, mesmo muito ao meu gosto (roupa lavada, água quente e free wi-fi, tudo por módicos preços e ali mesmo junto ao Giraldo).
Comi uma m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a sopa de cação.
Fiquei com o carro preso numa feira (que deve ter sido uma feira espontânea) no Rossio de Évora.
Obriguei 3 amigos a esperarem dentro do carro por quase duas horas até ter caminho livre por entre as tendas, e fios e ferros de tendas para passar com o carro.
Vi dois ciganitos a brincar aos cavaleiros e cavalos, em que um era um cavaleiro e o outro um cavalo. Os adeceços que se põem na boca dos cavalos eram umas collants.
Perdi dois festivais de cinema por não ter tempo.
Fui a uma feira de antiguidades. Não comprei nada.
Reancedi uma pequena chama de paixão. Tive que a apagar que estava sem tempo
Fui à feira da Ladra e aquilo está mesmo bom.
Finalmente andei no 28! Sou agora uma verdadeira alfacinha.
Fui à festa de anos da minha melhor amiga C. e pelo que consta era a única pessoa assim a modos que "alegre".
Li um livro.
Iniciei três.
Comprei seis.
Não tive tempo para ver filmes.
Consolei-me de ouvir música do Spotify.
Escrevi as mil e uma noites de cafés adiados.
Fiz uma comunicação para um congresso sobre o desgaste dos dentes em gente medieval.
Não comi sushi (nem tempo nem dinheiro).
Mimei a família mas tirei férias da mana.
Voltei a Coimbra para o Cortejo da Queima. Bem bom.
Vi os meus pais a adorarem que a mana caçula estivesse enxarcada em cerveja e dizerem que querem voltar outra vez.
Comprei uns óculos novos (consegui que os ultimos me durassem 4 meses).
 Ocupei o meu (pouco) tempo de cérebro inactivo a ver séries.
Colei na Big Love.
Aprendi a ir todos os dias ao supermercado e viciei-me em descontos.
Os meus amigos ofereceram-me "Como é linda a puta da vida" do MEC e eu acho que foi das melhores prendas ever!!
Voltei a Coimbra para retomar o trabalho.
Trabalho em ordem. Check!
Senhores castiços no café da aldeia. Check!
Botas de biqueira de aço que me caem dos pés. Check!
Calor que se farta e o trabalho é a construção de uma ponte, com o rio apetitoso mesmo logo ali. Check!
Saí para uma noite revival e abri a pista ao som do Holiday da madonna mas a dançar como a Elaine...
Visitei uma mina de ouro do século XIX.
A massa da tese já está batida agora é meter no forno.
 
E basicamente. Eis-me aqui blogosfera. Tive saudades!  


3.5.13



 O QUE DIZ O RATO

Tenho um destino. Nasci
para roer o silêncio – e vou roê-lo
metodicamente

até que um dia se invertam os papéis
e seja o silêncio a roer-me a mim.


ANTÓNIO MANUEL PIRES CABRAL, in COBRA-D'ÁGUA (Cotovia, 2011)

Não penseis que me esqueci de vós


Por aqui trabalha-se muito. Tanto que pouco mais tempo sobra. Mas ando com uma catrefada de  coisas para postar. Brevemente. :)

Agora ficam com uma imagem do que se passa à frente dos meus olhos neste últimos dias.