23.2.15

Set my mood!



Leitora deslumbrada me confesso


José Eduardo Agualusa. Rui Zink. Lídia Jorge. João Tordo. Manuel Jorge Marmelo. Valter Hugo Mãe. 

Todos no Contentor 13.

Defeito profissional



Aos olhos de um historiador tudo isto da Grécia é um espanto.

21.2.15

A fauna de Warhol

"Below, in this brief (mildly NSFW) clip from the Kino Library, we see a typical evening at Max’s Kansas City with the likes of Candy Darling, a topless, insane-looking lipstick-smeared Brigid Berlin, Paul Morrissey, Patti Smith and Robert Mapplethorpe, Taylor Mead, Ray Johnson, Marisol and others. That’s Warhol’s Factory assistant Gerard Malanga who we see smoking as the voiceover reader says the word “pretentious.”"



 Candy Darling, uma das estrelas do cinema de Warhol, Transexual e símbolo LGBT morreu, em 1974, aos 29 anos de linfoma. Foi a inspiração para várias formas de arte.

Uma fotografia sua, no leito de morte,da autoria de Peter Hujar, foi usada como capa do álbum de Anthony and The Johnsons I´m a Bird Now, de 2005. 


Esta imagem foi captada no mesmo momento em que diz a suas últimas palavras "You Know I Couldn't Last" eternizadas numa música de Morrisey (que também se encontra no video acima).



Em 1987 os The Smiths usaram também uma imagem sua, uma still do filme Women in Revolt, como capa do single Sheila Take a Bow.


 Também os Rolling Stones lhe dedicaram uma música - Citadel. Estes convieram de perto com toda a azáfama criativa da Factory enquanto se encontravam nos EUA.



Mas a referência maior a Candy e à sua vivência enquanto ocupante da Fábrica Warholiana veio em forma dois hinos

.
 Uma música que, como um espírito deixado neste mundo, nos leva a esse universo paralelo de arte, experiência, loucura e liberdade.



Trendsetter


A minha bolsa mensal teve que ser esticada para poder passar a ir ao ginásio sem maiores despesas (publicações semanais compradas: Visão, Sábado, Expresso) logo não fui a correr (oh a inspiração temática) comprar roupinhas todas XPTO.
Lá desencantei umas calças de Educação Física que nos últimos tempos eram usadas como pijama, uma t-shirt dos Sex Pistols que tinha a mesma função e mais uma ou outra camisola velha mas que tinha decote e não podia levar para o trabalho sob o risco de os senhores das obras me passarem as tardes a olhar para as meninas que dava para adaptar. Os ténis foram recuperados de umas aulas de Hip-Hop (lembram-se? era mais ou menos zumba mas com musicas da Britney Spears e da Aguilera... muito promissor portanto) a que a minha mana ia enquanto adolescente.

Quando cheguei à primeira aula as pessoas calçavam isto





O que é que eu calçava? Vintage caros leitores. Vintage! Já não há para o comum dos mortais. Como diz o título: Transetter. 



19.2.15

Digam lá que o que isto não é tão lindo




Lúcia Miguel, colega da empresa Era, explica num pequeno vídeo documental a importância da descoberta dos Fornos de Cal da Magra (Baleizão, Beja), num projecto Era/Omniknos.

Os trabalhos de arqueologia implementados em empreitadas de grande dimensão espacial ou patrimonialmente relevantes são hoje uma grande fonte de trabalho para arqueólogos (e vários investigadores que actuam em torno da ciência arqueológica) e para além de revelarem importantes informações sobre o passado do território onde habitamos levantam em igual medida novas e misteriosas questões.
Este é um trabalho não só histórico mas cultural.
Quem não conhece as suas raízes desconhece-se a si mesmo.

Marcus Garvey

A slim fat girl diary



Não me apeteceu ainda escrever directamente sobre este assunto  por estar ainda a interiorizar a novidade mas algo se passou comigo que mudou completamente a minha percepção sobre como quero viver.
Devem ser os 30 anos a aproximarem-se (2,5 meses até lá) mas tenho um  maior medo de me detiorar sem razão. Não é morrer. É viver pior. Já andava assim há uns meses. Por exemplo, a relação com o álcool acalmou muito. Um copinho de vinho e basta. Mas no início do ano recebi a visita das minhas análises anuais... e em vez de boas notícias recebi colesterol. 
Sem drama. 228. O pior não foi a evidência ou o valor foi o que eles espelham. Ali, preto no branco, está escrito que eu sou inerte há 8!! anos e como tal qual uma criança deixada à solta num supermercado. Voltando à idade - quase 30!!! - e à tomada de consciência que se seguiu. Rapidamente comecei a procurar alternativas saudáveis às comidas que o Sô Dôtor me proibiu e inscrevi-me num ginásio.
Destas novidades lhes vou dar conta nestas páginas de uma Magra Gorda (48 quilos de gordura no sangue).

As primeiras impressões é que depois de uma aula de zumba (de que não fiquei fã) consegui perfeitamente vir para casa ler um livro de contos da Lídia Jorge. A intelectual em mim está a sofrer um upgrading. Qualquer dia consigo entender o mistério dos enterramentos em fossas da idade do Bronze enquanto dou três piruetas maluca ao som da Shakira.   

Se virem com atenção a menina que está mais atrás encontra-se alegremente e aos pulinhos a determinar porque é que a massa prevista do vácuo quântico têm pouco efeito sobre a expansão do universo.

18.2.15

Cover me Up!



Tenho um enorme fraco por esta versão do Iggy.
Mas há uma para cada momento.





E claro... o seu a sua dona.

Colesterol


Ou o facto que me veio salvar da inércia.
E agora também eu (sim aquele pessoas que se pudesse estacionava o carro no patamar do 3º andar onde mora) sou um pouco como as protagonistas deste video.


16.2.15

As pequenas conquistas de uma habitante rural




Hoje, em Beja, a comida foi tailandesa.*


*Obrigada  Lidl. Sempre subvalorizado.


O provérbio é oriental: o melhor modo de viver uma vida inteira sem trabalhar é fazer sempre aquilo que se gosta.












15.2.15


Tenho o privilégio de que o meu trabalho me leve para vários pontos do País. Sendo a maioria zonas rurais. Por isso as mudanças e a distância não me entristecem. Quem é que fica desanimada quando vê uma pequena coruja no seu castelo de pedra? Ou depois de avistar uma rara abetarda (tão rara que o corrector ortográfico acha que a palavra não existe)?
Para aqueles que não são tão privilegiados como eu - ou que ainda não aprenderam a olhar - aqui fica um bonito retrato da natureza portuguesa.




14.2.15

Algoritmos gone crazy




Ou de como hoje estou em Beja mas amanhã já posso estar na Siria.

ando toda contente pelo Beck





Quando te conheci ninguém me fazia falta. Estava completa sozinha.
Desde a adolescência há sempre alguém, claro. Há sempre quem nos ocupe o pensamento. Uma vestigial marca do passado, uma presença presente que apenas vale para nos fazer rejeitar ou ser rejeitados, ou uma lembrança de um hipotético futuro que nunca será. São os espectros que vamos coleccionando enquanto passagens vivas.
Dizia que me sentia completa. Vivia sem pensamentos esfuziantes mas habitava espaços e usufruía de pessoas. A ansiedade estava ausente, os caminhos planos, os passos seguros. Havia liberdade em ser só uma.
Depois vieste tu. Conheci-te por fotografia. Onde é que já se viu nos dias de hoje? Nesse dia olhei-te e senti-me no topo de uma montanha russa prestes a descer. As entranhas deram sinal. Na tua presença o meu corpo respondia de forma ainda mais visceral. Foi-se a serenidade matinal. Suores, pressas, coração descompassado, lábios secos, tiques nervosos de dedos que não largam os fios do cabelo. À tua frente, uma falsa serenidade. Por dentro, a ebulição.
Lá se foi o caminho em linha recta, o usufruto dos amigos, os lugares, as músicas, os filmes, os livros, as horas egoístas que só a mim diziam respeito. A caixa de mudanças não mexia, todos os dias passei a meter a quinta para tomar uma única direcção, tu.
Aos poucos a paixão complementa-se e ajusta-se. Há lugar para concessões, partilhas e novos hábitos. São dois que se emparelham. Há que manter uma distância constante. Respeitar a individualidade num caminho comum. Os passos são agora mais seguros. A paixão e o amor persistem. A amizade e a admiração crescem. Cinco minutos sem ti e já tenho saudades. Falta-me uma parte.
Quanto te conheci sabia estar completa. Hoje sei que assim foi porque só dois seres completos, serenos e conscientes de si se podem dar tão totalmente um ao outro.


13.2.15

Afonso Cruz: uma vez mais


Bianca Passarge by Carlo Polito


"Este lado do espelho

- Levo uma vida normal, Sr. Dr., ando nua pelas ruas, voo de prédio em prédio, as pessoas à minha frente mudam de cara constantemente, mas à noite, Sr. Dr. à noite sonho que me levanto às oito da manhã, saio de casa e vou trabalhar  durante oito horas. Tenho uma hora de almoço, como à pressa (por vezes em pé), saio às seis e vou para casa de carro, sempre em filas, vejo televisão e, depois, acordo com suores frios. É horrível Sr. Dr. isto acontece-me todos os dias, há anos, dum modo absurdamente repetitivo, e isto não vai lá com comprimidos.
- Isso é uma situação normalíssima, minha cara senhora, normalíssima. Nem imagina a quantidade de pessoas que têm esse sonho. Aliás, poderemos mesmo afirmar que esse é o único sonho normal. A senhora vir aqui queixar-se de coisa tão banal só prova que está bem de saúde. No outro dia apareceu-me aqui um maluquinho, um caso perdido, que sonhava que trabalhava por conta própria, ficava em casa a maior parte dos dias e viajava muito com subsídios ou lá o que era aquilo. Quando ele disse isto, tranformei-me logo numa porta de mogno e mandei-o sair.
(Agnese Guzman, A  Borboleta Taoísta)"

in Enciclopédia da Estória Universal, Afonso Cruz


Crónicas dos 30 ou o que tenho andado para aqui chegar




Hoje ele descobriu-me um cabelo branco.
Sorriu puerilmente.
Beijou-me.

se me quiserem ver a chorar é mostrarem-me coisas destas


Sergei Polunin, "Take Me to Church" by Hozier, Directed by David LaChapelle from David LaChapelle Studio on Vimeo.

Perfeito. Perfeito.