28.12.15

Chocalhos, património mundial, esquecidos de Portugal


Há uns anos a  classificação do Fado, e mais tarde do Cante, como património da humanidade foi um dos acontecimentos do ano. Hoje, ao chegar ao fim de 2015, pouco se nota na imprensa escrita ou digital, sobre a importância para o património português da distinção da Arte Chocalheira. Salve-se o Jornal Público e a reportagem sobre o autor da candidatura (aliás presente também nos dossiers do Fado e do Cante).
Este é um silêncio triste mas esperado. O Alentejo não está acostumado a grandes cerimónias ou condecorações. Há alguns eventos, um fim de semana no máximo (Ovibeja, Flores de Campo Maior, Festival Islâmico de Mértola) que vão colocando alguns pontos no mapa mas a cultura, o saber alentejano, que é até fácil de ver, basta andar - passeando pelas suas estradas e aldeias - é um quase desconhecido dos portugueses (até a tão afamada gastronomia é assassinada com artes maléficas em restaurantes citadinos quando os conhecedores sabem que é na tasca da aldeia que melhor se come). Escolhão uma localidade, agarrem numa bicicleta ou apenas caminhem. Vão! Pode ser que oiçam os chocalhos ao lá fundo.



"Esta paisagem foi sacrificada “à agro-indústria e às lógicas que prevalecem sob o argumento da produção alimentar”, critica Paulo Lima, visando a extensão do olival e vinha no Alentejo. “Deixámos de dar atenção a esta coisa tão simples que é cuidar e manter raças autóctones”, prossegue o antropólogo frisando que uma das vertentes que os move nesta candidatura “é o património cultural-genético”. E lembra como a opinião pública se tornou mais sensível à salvaguarda de espécies selvagens, como o lince, o abutre negro, a águia-real, entre outras, mas desconhece que existem raças de ovinos e bovinos quase extintas com apenas poucas centenas de exemplares, como é o caso das ovelhas churra e campaniça ou a raça garvonesa de bovinos.

“Não podemos deixar acabar o património genético, a paisagem sonora baseada na pastorícia”, o universo pecuário que sustentava o fabrico de chocalho que tinha uma função idêntica à que representa nos dias de hoje o GPS, reafirma Paulo Lima, frisando que esta preocupação “calou muito fundo na UNESCO.”"   

Mais, aqui.

26.12.15

Um País que Pensa




Recentemente foi organizado mais um encontro Tedx Lisboa e eu, que desde início me assumi comi fã deste conceito, fiquei surpreendida com a qualidade das talks. Há um País que pensa e uma parte dele está aqui.
Deixo a minha favorita por ser uma realidade que não me é distante.
Quem são estas pessoas invisíveis?