20.2.17

...todos os dias...



The Old Man and Death

Joseph Wright of Derby 


"O meu fim é uma coisa de que estou ciente, que quase posso tocar. Mas sem jamais acreditar que é o fim. A nossa capacidade de ilusão é uma coisa infinita."

Eduardo Lourenço 

15.2.17

Pim, pam, pum


Pim!

(João Aguardela chama a Sandra com o seu acordeão)



Pam!

(João Aguardela chama Mitó com sua voz cheia)



Pum! 

(Sandra e Mitó tecem mantas aguardelianas)




Ainda Bowie (e ainda bem)




"Mais de um ano depois da sua morte, descubro-me de vez em quando a ouvir Blackstar e a imaginar Bowie a escapar a um ecrã de televisão e a anunciar que quem morreu foi Lazarus, não ele.

Noutros imagino Iman com um sorriso matreiro, num qualquer terraço ao sol, a sussurrar «Já era tempo de te livrares do Bowiequerido Mr. Jones»."



Segundo amiga emigrada no país do Brexit a razão de ela não querer ficar para sempre em terras de sua majestade está toda muito bem explicadinha na seguinte canção (já viram que agora ninguém diz canção?):


5 minutos de história musical



Um segredo feliz.

13.2.17



Jane Goodall



Humanos. Primatas. Animais sociais.
É isso.
Não se contam as vezes em que já fui salva de mim mesma por outros.
Hoje foi um dia assim.
Eu seria diferente se fosse de outro modo.

12.2.17

Tristes coincidências




Ler o texto da AC e estar a ouvir isto.


Um dia o melhor das 24 horas começou a ser o momento em que nos deitávamos na cama. Antes de dormir. 
Pés e braços dados num reencontro após a separação laboral e social.

Um dia olhámos um para o outro e descobri-mo-nos casados. 

Se nos perguntarem como nós fizemos vamos sempre dizer que foi por artes mágicas.

11.2.17

CGD


O caso Caixa Geral de Depósitos é de um fastio enorme.
NENHUM português se interessa pelo caso e se no mínimo levantar uma sobrancelha ao pensar no assunto é por existir alguém na coisa pública que não queria mostrar os rendimentos. Corrigido o problema, pelo Governo, seja cumprindo promessas ou não, até se ganhou um Paulo Macedo, bem mais popular que o Domingues.
PP, PSD e os mais que quiserem só perdem pontinhos na opinião pública ao continuar a massacrar os comuns com um assunto que estes querem MESMO ver esquecido (há contas para pagar, emprego para arranjar, etc, etc).

Continue-se em frente senhores.
Ou nunca mentiram? Senhor Relvas? Senhor Cavaco "a banda está sólida"? Senhora Maria Luís SWAP?

Se os eleitores estivessem apoquentados com todas as mentiras que lhes espetam vivíamos numa monarquia.

Outubro 2016


“He who contemplates the depths of Paris is seized with vertigo.

Nothing is more fantastic. Nothing is more tragic.
Nothing is more sublime.” 
― Victor Hugo



Nunca alimentei sonhos. Sempre vi alguns caminhos que poderia escolher seguir e fui andando mais por intuição do que seguindo a razão. Ainda assim aqui estou nem perto de insatisfeita. Com o tempo notei que fiquei mais ambiciosa (coisa que não era mesmo nada sendo a ausência da ambição até um defeito) e embora tenha ganho com isso também me tem saído mais das tripas. O make it happen por vezes impõe-se quando apenas queremos esperar na fila. Enfim chegamos aos sonhos. Há dias estava com o R. e comecei a pensar se os teria. E tenho. Dois ou três. O que está acima na lista é tão simples e difícil que serve bem para farol dos outros.

Quero uma casa no campo. No meu campo onde tenho raízes. Para os lados de Almeida. Uma casa de fim-de-semana mas também de semana, quando estou em época de relatórios ou de escrita de artigos. Uma casa para receber amigos que se irão deslumbrar com a vista  quase virgem da paisagem (a linha de comboio lá ao fundo é hoje mais um património abandonado que se funde com o natural). Uma casa onde vou ter pão, vinho, queijo e fumados sobre a mesa e será o suficiente para longas conversas. Uma casa onde vou ler na varanda ao por do sol. Uma casa com quintal onde o R. vai criar tomates, papoilas e uvas. Uma casa para ser feliz.

O preço suporta-se, as obras também, o que é mais difícil é o tempo. Comprar tempo é o sonho real de toda a minha geração. Faltam-nos horas. Alguns escolhem não ter filhos, outros escolhem como passatempo viajar (que na verdadeira acepção da palavra deveriam querer dizer "sair do tempo" até porque se cria um fluxo novo de dia a dia por uma semana). Já não se come em casa. Não há tempo para ir às compras e preparar refeições. Enfim. A mim o que falta é tempo para me por na A1, A23 e A25, com portagens para pagar, semanalmente, sem que isso me faça mossa na carteira.

Estamos a tratar disso.
Mas lá está. Por agora falamos de um sonho.

7.2.17



Há muitos que ainda não admitem como científica (ou até necessária) a área dos estudos do género. Que é um nicho académico doado às professoras universitárias para que não se intrometessem nas ciências puras ou mesmos nas humanidades masculinas como a história da política ou a filosofia clássica.

Mas, como o triste exemplo acima deixa a descoberto, muitos são os campos da vida real que podem beneficiar de um olhar sobre o género. Até porque os preconceitos (aqui entenda-se mesmo as ideias pré-concebidas) em medicina são reais e criam desigualdade e ignorância onde a ausência destas é mais vital.

É um caminho longo este.




Inicio da semana.
Aos começos um brinde. 
Estamos vivos.
Voamos?

6.2.17


"You can never plan the future by the past."

 Edmund Burke




resenha documental


Ando a viver dias de deriva. Uma pessoa pode andar sem norte por falta de possibilidades ou desnorteada por escolhas a mais.
No meu caso passa-se a segunda hipótese.
A isto junta-se o estado do mundo (apoteótico a meu ver) e tudo se verte nas minhas escolhas de espectadora de documentário.



Brigth Ligths

Motivada pela história triste em que Debbie Reynolds morre alguns dias após a sua filha Carrie Fisher descubro que o que mais temo é a morte dos que amo e que a Debbie era um unicórnio digno de admiração.



Demain

Quando me perguntam quando quero ter filhos.
Respostas sobre o que fazer se ainda há esperança no mundo.


Heart of  Dog

Sou mãe do Óscar há move meses (o Óscar é o meu gato) e tenho-lhe amor infinito.
Há vários tipos de luto. Diversas expectativas perante a morte.
Mas aquele ser que sempre ali estava, de repente, desaparece. E nós ficamos mais sós...
Não é um filme, é uma experiência, é arte.


Life, Animated

O desconhecido é a mente de uma criança autista. Suponho que o tio Walt tenha ficadao muito feliz com o que aqui nos contam. No fim, chorei.
Está nomeado para Óscar.


George Harrison: living in the material world

Tantas vezes adiado finalmente me dediquei a este filme fundamental.
Fundamental por ser Scorcese (dos melhores a filmar música), fundamental por ser sobre o Harrison (o melhor dos Beatles), fundamental por ser sobre a vida que ele não quis viver.



The Beatles: eigth days a week

Ou de como só são grandes aqueles que levados aos píncaros da fama escolhem antes a arte.



Oasis: supersonic

Nunca gostei de Oasis. 
Fiquei a gostar depois de ver este documentário.
Sobretudo do Noel e da sua versão do Wonderwall. Um autor vê-se na interpretação.



Lo and behold

Não há nada de Herzog de que não goste. Não é falta de critério é mesmo porque o senhor Werner transforma qualquer assunto em algo bonito.
Aqui, sobre o asfixiante mundo da internet e seus efeitos (e feitos) nos humanos.



13th

Europa. Exercício. Ver documentário mencionado em cima. Após visionamento pensar nos USA. Finalmente pensar em Trump.
Deveria ser exibido um pouco por todo o lado. Não será.
Nomeado para Óscar. Devia ganhar..


Into the Inferno

Vulcões e Homens.
Fluidamente unm pouco por todo o lado.
Um deslumbre entregue por Herzog.


Before the Flood

Quando me perguntam quando terei filhos.
Respostas para negação e sensibilização de convertidos.
Em bom!


4.2.17

Set my mood!



Marquises



A minha casa tem uma marquise, azulejos com flores cor-de-rosa na casa de banho e tacos envernizados no chão. Tem também o primeiro volume do Em Busca do Tempo Perdido e o Ulisses. Ambos à espera de serem lidos quando, me mudar para um apartamento nas Avenidas Novas ou um pequeno casebre de pedra numa aldeia abandonada. Escolha auto-exclui um dos volumes. E a autora do texto cuja curiosidade intelectual anda desencontrada das suas qualidades de gestora.

Antes assim.