27.4.14

Tristemente recuperado

Maravilhoso Sol de Inverno

"Já estava quase a chegar a São Pedro de Alcântara e resolveu meter pelo jardim. Disse de si para si que não havia luz como a de Lisboa, ao fim da tarde (...).
Visto do lado de cá, o Castelo de São Jorge, do outro lado, recortava-se em chapadas de ouro, banhado pela luz do poente, sobre massas compactas de verde, mais escuro aqui e ali, mais irregular a espreitar entre o casario neste e naquele ponto, entre as barbacâs e os telhados da baixa pombalina e alguma fachadas cor-de-rosa. Era osky-line daquela zona de Lisboa, com a sua carga histórica, os seus declives íngremes, o seu casario irregular, mourisco, medieval, renascentista ou pombalino, a coexistência amena dos seus palácios e das suas casa humildes, os seus tufos intermitentes de vegetação, os seus terraços e miradouros, o céu cenário ao mesmo tempo majestoso e popular, em diálogo íntimo com o rio, com as outras colinas e com a baixa, com a própria luminosidade e os panos de sombra forte gerados nos contrastes da volumetria, até com os seus bandos de pombas e gaivotas, com todos os elementos naturalmente "orgânicos" que funcionavam em liberdade(...)"

Vasco Graça Moura in O Enigma de Zulmira

Qual notário qual quê


A senhora do quiosque:

- Leve e não se preocupe. Eu depois peço o dinheiro ao seu marido.

Estou casada (e pelos vistos não tenho controlo sobre os dinheiros do casal).

Como ouvir um concerto de Caetano Veloso sem sair do sofá (algures em Itália)



Quem se quiser realmente levantar do sofá para ver um concerto do senhor pode sempre ir ao Primavera Sound, no Porto (coisa que estou a ponderar).

26.4.14

Ainda a Páscoa


Nada me tira da ideia que há algum significado obscuro (assim ao nível, sei lá, dos illuminatti) para que o cabecilha da quadrilha que nos governa dar pelo nomes de Passos. Algo que automaticamente faz lembrar o Senhor dos Passos, aquele Cristo que se veste de roxo (a cor da morte) e que tem por missão percorrer em procissão com o povo atrás as XIV estações, que acabam, inevitavelmente, com a morte do Jesus. Se não é metáfora é ironia.

Ora confiram lá aqui.

O profundo sentido de moda do meu homem



Na Modalfa, dos cinco sítios onde se consegue comprar roupa em Beja:

- Olha, este vestido ficava-te mesmo bem para irmos passear. - dizia ele querendo parecer atencioso 

Respondo acidamente - Isso é uma camisa de dormir...

Qualquer dia comete o erro gravissímo de confundir umas Ugg com pantufas!

Hoje vou andar por aqui




Set my Mood!



25.4.14

Uma música para Abril


25, quarenta anos depois



Liberdade? 
Os casais que querem adoptar sentem-se muito agradecidos. Os jovens que querem ter filhos mas não conseguem porque tem que escolher entre pagar os impostos e trabalhar para viver e ter filhos também. Os reformados ou quase reformados também sentem muita liberdade já que podem reaver todo o dinheiro que andaram a descontar durante mais de 40 anos. É uma liberdade pegada mas não deve ser liberdade de escolha. Ou engoles o que te dão ou então não comes. Ainda assim, ao contrário de muita gente baralhada que anda por ai, não penso que o 25 de Abril já esteja esgotado. Acho sim, que depois de 40 anos, ainda estamos muito no princípio de uma democracia plena (devíamos começar por ser mais tolerantes com os que nos rodeiam incluindo vizinhos, conhecidos e colegas de trabalho). 
Venham mais e melhores 40?

Era sair-me o euromilhões e enchia a casa de bicharada bordalliana






Imagens daqui.

Katty Perry em bom.



Favoritos: Doors, Iron Maiden, Michael Jackson, Jamiroquai e Boys II Men (bem... fora as outras todas).

24.4.14

Uma curta por semana: Flowers and Trees!



Primeira curta-metragem de animação a cores da Disney foi também a primeira a ganhar o Óscar de melhor curta-metragem de animação, em 1935.


Oito Artistas Noutro Lugar



Se há algo que me encanta em Beja é o seu castelo, modesto de dimensões mas (talvez por isso) muito reconfortante. Não é raro lá ir só para tonar um café (tem um sítio muito agradável e sossegado) ou apenas uma água na esplanada, normalmente, cheia de um sol reconfortante que muito puxa para a leitura.
Hoje fui em busca desse acolhimento (que do Sol nem sinal) e encontrei uma surpresa, a exposição de arte contemporânea Oito Artistas Noutro Lugar, sediada na Casa do  Governador, dentro do recinto muralhado.

Gosto destas exposições partilhadas, com gente única e trabalhos em vários suportes, a chamada miscelânia. Estava a meio da visita quando o curador em pessoa - Miguel Sousa Ribeiro - me veio de certo modo acompanhar (que luxo eu sei!). É sempre interessante conhecer a alma por de trás das coisas.

Gostei muito e faço planos de lá voltar. Desta vez acompanhada. Sempre me deu mais prazer usufruir da menor (sem bem que não menor em qualidade) oferta cultural da cidades mais pequenas do que escolher um dos 100 eventos que ocorrem, por dia em cidades mais populosas.

Em termos artísticos os trabalhos que mais me falaram ao coração foram os de Catarina Santos, Teresa Canto Noronha e Ana Bezelga. Mas podem também ser apreciadas oras de Ana Pais Oliveira, Daniela Nunes, João Louro (que me proporcionou a experiência angustiante de estar num palco a receber aplausos, embora reconheça que para muita gente esse seria um motivador matinal), Mariana Baldaia e Vitor Caos.

A exposição decorre de 23 de Abril a 23 de Maio.

Mais fotos da exposição aqui.



23.4.14



"Photographs may be more memorable than moving images, because they are a neat slice of time, not a flow. Television is a steam of underselected images, each of which cancels is predecessor. Each still photograph ia a privileged moment, turned into a slim object that one can keep and look  at again."

Susan Sontag in On Photography

The Wednesday Breakdown!



22.4.14

Dia da Terra




Se Eu Pudesse Trincar a Terra TodaSe eu pudesse trincar a terra toda 
E sentir-lhe um paladar, 
Seria mais feliz um momento ... 
Mas eu nem sempre quero ser feliz. 
É preciso ser de vez em quando infeliz 
Para se poder ser natural... 
Nem tudo é dias de sol, 
E a chuva, quando falta muito, pede-se. 
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade 
Naturalmente, como quem não estranha 
Que haja montanhas e planícies 
E que haja rochedos e erva ... 
O que é preciso é ser-se natural e calmo 
Na felicidade ou na infelicidade, 
Sentir como quem olha, 
Pensar como quem anda, 
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, 
E que o poente é belo e é bela a noite que fica... 
Assim é e assim seja ... 

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXI" 

Vistas do trabalho



"The sky is the daily bread of the eyes."

Ralph Waldo Emerson



Cover me Up! (especial London Grammar)


Novo vício auditivo por estas bandas.