13.3.13

Já diz o Primeiro (de quem nele votou) o desemprego é uma oportunidade



Estive aqui a fazer contas e por ser uma involuntária trabalhadora independente já tive desde que comecei na minha área 15 projectos diferentes (aka trabalhos) para umas cinco ou seis entidades. Parece mau mas é bom.
Foi na minha área de formação. Aprendi imenso, sempre evoluindo e como sou independente muitas coisas tiveram que ser aprendidas por intuição (não há aqui espaço para o erro) o que me fez estar bem mais atenta a tudo o que diz respeito ao meu trabalho. 
Nunca me imaginei a trabalhar em obras. A minha área é a história meus senhores...como é que acabei a lidar com giratórias, passagens hidráulicas e engenheiros? O que acontece é que não sendo toda a minha vida laboral (felizmente) este lado construtivo é também muito giro. Atravesso Portugal a apontar: olha ali estava uma necrópole medieval, ali escavámos sob o aqueduto dos águas livres, acolá encontrámos umas fossas com enterramentos de duas crianças e a sua bola de brincar...com 5000 anos, aqui era uma cabana com chão de cacos. Ou então numa variante menos aventureira: trabalhei naquele túnel, este jardim foi feito por nós, andei nesta auto-estrada, e naquela e naquela outra, ah...aquela barragem, quem viu isto antes e depois, isto ficou muito mais giro depois dos carris colocados e por aí fora.
Mas há alturas em que devemos parar. Quando o gosto pelo que fazemos já não é o mesmo do início e sentimos o cérebro cansado sem haver razão para tal. É hábito, acomodação e falta de desafios. E é assim que chega ao fim um ciclo. No final do mês acaba este meu trabalho e vou tirar dois meses inteiros para me dedicar à investigação que quero fazer há mais de cinco anos. Dois meses inteirinhos só para estudar e trabalhar sobre gente que viveu há mais de 500 anos e descobrir o que comeram, como eram os seus hábitos de higiene e, essencialmente, como viveram.
E ando  em pulgas por isso. E depois, se a crise deixar, voltar ao labor nas obras. Ou então não e seguir o rumo agora reiniciado.
Vamos ver o que a vida trás!

1 comentário:

  1. Boa sorte Lili. Oxalá este país a queira conservar por cá; a si e a tantos outros.

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