8.2.13



Quando escolho uma casa para alugar tenho preferência por casas velhas dos centros históricos em detrimento daquelas que até estão mais arranjadinhas e são mais recentes dos arredores. É assim que chego a lugares onde a casa de banho fica na cozinha, onde os quartos não tem janelas, onde tenho falta de estacionamento à porta e quando há uma tempestade não durmo com o abanar do prédio e com medo que a chaminé do prédio ao lado me caia em cima. Tudo isto eu aguento por achar pitoresco ter umas escadas de madeira, viver numas águas furtadas com vista directa para o Mondego, sair de casa e ter de andar 30 segundos até ao bar mais próximo e dois minutos até à rua do comercio. Adoro andar a pé nestas ruas velhas e cheias de gatos.
Há uma mescla de vizinhos, velhotes, estudantes e marginais. A triade boémia. 
Eis que depois de ter ido para o hospital acordei sem electricidade em casa (e no prédio). Para além do bem essencial que é (frigorífico, microondas e computador) eu não tenho gás em minha casa logo fiquei também sem fogão e sem caldeira para tomar banho. E como eu queria comer e tomar depois da aventura hospitalar...
Liguei para o senhorio e EDP sendo que ambos se encaminharam para a minha casa. Fui comprar velas.
 Quando cheguei o problema já estava resolvido. A minha queria vizinha do primeiro andar, uma jóia de simpatia, por a sua profissão não dar muito lucro (coisa que eu desconhecia, a senhora é prostituta) viu a sua luz cortada. Pois então o seu companheiro (aka chulo) achou por bem fazer uma puxada da luz da escada. Apanhou um choque e fez um curto-circuito que acabou com a luz do prédio toda.

Lili se mais alguma vez abrires a boca para adorar a diversidade do local onde moras lembra-te da tua casa iluminada apenas com luzes vermelhas do tipo cemitério (as únicas que encontrei à venda).

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