19.10.12




"Estava a dormir no banco de trás. Apesar de a capota estar recolhida, não o vira antes porque ele estava estendido, fora de vista. A rádio murmurava as notícias do dia, e ele tinha no colo um livro policial aberto. Entre muitas coisas mágicas que existem, uma é observar alguém que se ama a dormir: ao estar-se alheio a olhares e tomadas de consciência, pode-se por instantes segurar-lhe o coração; vulnerável, é então que ele é tudo, e por mais irracional que pareça, é aquilo que sempre acreditou que ele fosse, um homem puro, uma criança terna."

Trumam Capote in Travessia de Verão

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