9.2.14



Hoje é o dia ou como o amor nos (es)colhe…

Viajo na tua pele de marfim
que me deixaste em reminiscência...
sorvo-te as palavras
os gestos
bebo-te o suor na distância da corrida
para não te perder
de vista
em janelas de castelos onde és rei dos meus
afectos
entorno o olhar na tarde que tomba
d
i
r
e
i
t
a
ao peito
neste corpo marcado pelos teus poros
pelo teu saber de mim sem o toque de veludo que
imaginas sentir
neste corpo onde pairo em esperas
infinitas
sem suportar demoras do tempo que não
tenho
saliva
lágrima
ou
sémen
vivo
de memória(s)
que invento.

Um dia
meu amor,
saberás
o sabor agridoce do meu sangue
o perfume da minha carne firme
e
perder-te-ás no meu olhar de mel, quando
eu já tiver partido.


ANAMAR, in ESCRITO NAS ÁRVORES (Ed. Colibri, 2011)

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