14.11.13

Kinshasa Kids


 
 
Gosto muito de festivais de cinema, essencialmente porque me dão oportunidade de ver filmes muito fora do circuito comercial e depois pelas temáticas delimitadas que nos obrigam (e desafiam) a ver um determinado género ou tipo de filme.
Nunca tinha tido oportunidade de ir à Festa do Cinema Francês, mesmo passando esta por várias localidades onde já vivi (Lisboa, Coimbra) e este ano tive o gosto de me estrear neste festival à sua passagem por Beja.
Digo que tive o gosto porque o cartaz era suculento e a escolha foi feita levada por critérios misteriosos e sem sentido. O filme a que assisti chama-se Kinshasa Kids.
 
Há várias maneiras de filmar ex-colónias, acontecendo em Portugal uma estranha (estranha porque inesperada) onda de cinema que contempla os territórios ultramarinos, de que me lembro à cabeça de TABU. Marc-Henri Wajnberg optou por filmar a capital da Republica do Congo sob três linhas guias: a superstição, a pobreza e a liberdade pela música. Tudo embrulhado num falso documentário que parece tão real como os actores amadores que dão corpo a personagens/vidas.
Aqui as crianças são os reis da acção. Gostei muito que o filme fale sobre crianças de rua sem as querer libertar da pobreza. Não há aqui um objectivo em redimir. Se a música aqui tem uma função é a de libertar a mente de uma vida difícil, não de ser o veículo para riqueza. Lá pelo meio há um pequeno Michael Jackson, um músico cujo styling põe Lady Gaga a um canto e uma motoreta onde cabem 10 pessoas.  
 
Um post sriptum para referir a sala onde fui assistir ao filme, no cine-teatro Pax Julia, um local muito bonito que em muito glorifica esta cidade. Um ponto para Beja.

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