23.10.13

Teatro Rápido - Monólogo sem Título



 
[Desde que chegou à capital para começar uma nova vida, Mateus, um jovem proveniente de uma aldeia escreve a seu pai. Através de palavras e silêncios surgem feridas profundas quase invisíveis. A vida nunca é o que esperamos dela…

A partir de 3 a 31 de Outubro, de 5ª a 2ª feira
Duração: 15min
Preço: 3€...

Ficha técnica:
Texto de: Daniel Keene | Tradução: Pietro Romani
Encenação: Mickael Gaspar | Interpretação: Marc Xavier
Cenografia: Angela dos Santos Rocha 

"Eu gosto de estar sozinho só não gosto quando estou em casa é de facto engraçado eu gosto de estar rodeado por pessoas mesmo que eu não as conheça eu gosto de estar na minha desde que não esteja sozinho é engraçado" Mateus, Monólogo sem título]

Há uns anos (e quando se vai a ver é há mais de 10) eu - tentei - fiz um curso de teatro com a minha amiga Cat. Foi das coisas mais difíceis que fiz na vida. Percebi que não tinha feitio (sim é necessária uma personalidade particular para servir de vaso a outras pessoas e exibir isso à frente de outros) para a coisa e desisti antes da apresentação final. Ainda que esta passagem pelo teatro tenha sido breve e infrutífera eu nunca mais fui capaz de olhar para uma peça com a ingenuidade de quem nunca experimentou representar. É por esta razão que sei bem o que representa exibir um monólogo e o que este - mesmo que de 15 minutos - exige de um actor. Em vários momentos da representação a contracena é fundamental para nos orientar e situar. No monólogo o actor conta apenas consigo.
O Monólogo sem Título tem interpretacção de Marc Xavier e encenação de Mickael Gaspar e aos dois se deve o sentimento de satisfação que senti quando abandonei  a sala no final dos espectáculo.
Não achei o texto especialmente atraente, sobretudo por me dar a sensação de se querer o Rossio na rua da Betesga. Foram abordados muitos assuntos e, como por critério as peças tem 15 minutos, estes não são muito aprofundados. Há uma sensação de ritmo enorme no desenrolar do monólogo, várias coisas se sucedem não sendo este de todo monótono, conseguindo o actor captar muito bem a atenção do público do início ao fim (a que não é alheio o engenhoso uso que faz do cenário, já por si, muito conseguido).
Sobre o que á peça? Sobre um indivíduo engolido pela cidade, pela solidão e pela falta de sentido ou propósito para a sua vida. E aqui voltamos à primeira peça de que vos falei, O Arquivo!
 
Vale a pena ver este Monólogo sem Título e vale muito a pena ir ao Teatro Rápido! Eu vou tornar a ida ao  Chiado (e a este teatro) um ritual mensal.


 

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