7.2.13

Alice Vieira põe o dedo na ferida




11.

esperar que voltes é tão inútil como o
sorriso escancarado dos mortos na necrologia dos jornais

e no entanto de cada vez que
a noite se rasga em barulhos e
um telefone se debruça de
uma qualquer janela

sinto que ainda ficou uma
palavra minha esquecida na
tua boca e que
vais voltar
para
a
devolver 


ALICE VIEIRA, in OS ARMÁRIOS DA NOITE (livro a publicar)

Sem comentários:

Enviar um comentário