1.12.12




Cheira-me que quando morrer vou ser anti-semita. 

Ora vejamos. 
Quando miúda sempre me comovi com a realidade do Holocausto,sobretudo via filmes como A Vida é Bela, A Lista de Sindler ou mais tarde O Pianista e o Rapaz do Pijama ás riscas, entre outros. Depois comecei a ler sobre o mesmo assunto em várias obras, desde romances, a livros históricos ou biografias, salientando Se Isto é Um Homem de Primo Levi.
Recebi uma educação católica e cristã e embora agora não me diga nada conheço bem a bíblia e a história do povo judeu a partir do ponto de vista religioso. Calhou também estudar a bíblia como fonte história, que o é, na universidade, razão porque sei também quais os factos reais ou não e qual as mutações que os textos sofreram até nos chegarem hoje às mãos.

Posto isto fiquei ontem muito, muito feliz com o pequeno reconhecimento que fizeram à Palestina e aos seus habitantes. Viviam num local que aos poucos lhes foi retirado, sem razão plausível a não ser um direito antigo  a uma terra.

É estúpido que uma religião esteja na base de um país nos dias que correm. E é sempre bom lembrar que os países que apoiaram a edificar o Estado de Israel (que pertence à Europa e ao Norte de África conforme lhe convém) tinham até há bem poucos anos tido colónias e um deles - EUA - nem há 100 anos andava a tentar tirar a terra aos seus legítimos habitantes - os índios.

E depois do reconhecimento ainda temos que ouvir o representante de Israel dizer: "Isto não apaga o direito e ocupação que os Judeus tem daquelas terras, há mais de 4000 anos." Há 4000 anos quem habitava este país nosso eram os chamados celtas, mais tarde vieram os cartagineses, os romanos, os bárbaros, os muçulmanos. Todos andaram por aqui e todos foram embora por diversas razões. A terra é estática, as pessoas, como animais que são, não. Esperam que os habitantes de Roma venham agora reclamar todo o mediterrâneo para si? E os muçulmanos, considerados tão extremistas, andam a reclamar as antigas terras para si?

Há muito mais de 4000 anos o Homem surgiu em África, sabe-se hoje que no Quénia, não vos parece, que baseando-se na maneira de pensar do senhor representante israelita nas Nações Unidas, que os quenianos estariam bem melhor se se reclamassem como donos de toda a Terra?

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