14.11.12



Para Calpurnia, sua mulher

Não vais acreditar na saudade que me possui. A razão principal é o meu amor e o facto de não me habituar a estarmos tão longe um do outro. Acontece então que passo acordado a maior parte da noite, pensado em ti; e de dia, quando chega a hora em que te visitava, os meus passos levam-me, verdade seja dita, ao teu quarto, mas não te encontrando aí, regresso de coração descontrolado e triste, qual amante rejeitado. O único momento em que estou livre destes tormentos é quando estou na taverna, extenuado, na companhia dos meus amigos. Pensa tu o que tem sido a minha vida, quando só encontro o repouso na labuta, e o meu consolo no infortúnio e na angustia. Adeus.

Plínio, o Novo (61 d.C. - 112 d.C.)

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