21.11.12


Dias e dias em que penso apenas nos minutos que passam. Horas vazias, cheias apenas de ocas tarefas repetidas tantas vezes como as noites de Sherazade. Chegar a casa, fazer o jantar, preparar o dia seguinte, buscar consolo no livro amigo e naquela música que nos alivia o espírito momentos antes de carregar no play do episódio que ficou a meio, interrompido pelo sono. Depois começa tudo outra vez. Há momentos em que as coisas não nos parecem mais que isto, momentos regulares e mornos que se seguem uns aos outros. Em dado dia, algo me abana a existência, dou conta do desperdício de tempo, sobretudo pela atitude. Removo a cara suspensa do dia a dia e vou ter com a A. A minha amiga A. é uma aquisição tardia na minha vida, já depois da faculdade, começou por ser colega de trabalho mas rapidamente ficámos amigas. Ambas, ela por ser workaholic e eu por desleixo, deixámos de nos ver e falar com a regularidade que o bem da companhia uma da outra  exigiria. Hoje combinámos um lanche. Café para esta, chá para ela e brigadeiros em miniatura para ambas. Foi um rolar de palavras ansiosas por contar tanta coisa, felizes pela partilha. No final, cada uma para seu lado, levámos na cara o sorriso que a outra tinha pintado, a lembrar-nos porque é bom estar nesta vida.

3 comentários:

  1. Nada como estar com uma amiga verdadeira para nos lavar a alma, não é? Gosto disso.

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    1. É mesmo. A vida é muito isso e por vezes as coisas com menos importância roubam-nos tempo que devíamos reservar para as nossas pessoas.

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