21.8.12





Cantei de olhos fechados toda a letra de You Got to Hide Your Love Away, ao mesmo tempo que o Eddie.
Perdi-me com a C. da Felicidade e da L. à procura da Praia da Amália. Fomos à Praia da Zambujeira do Mar. Vale pela vida.


Descobri que as regras da ASAE andam a destruir toda a felicidade que tinha em comer num festival. Felizmente salvam-se os churros de chocolate branco.
Conversei horas com a minha querida Gabi, amiga de todas as horas, sempre presente mesmo quando só nos vemos duas ou três vezes num ano.
Estive no mesmo espaço, há mesma hora, com a última pessoa que beijei e com a próxima. Voltas da vida.
Rebolei na relva debaixo dos repuxos de rega. E não me constipei.
Os meus pais deram-me um raspanete por chegar a casa às 7 e 30 da manhã e não ter avisado (nota: eu vivo sozinha há 5 anos, o que transformou o raspanete num gesto de carinho parental).
Andei 120 km a pé no trabalho. Percorri corredores de olivais tão extensos que ao final do dia em vez de chorar salgado chorava azeite.
No feriado trabalhei desde as 6 da manhã (hello produtividade) e ainda arranjei tempo de ir com duas colegas e amigas visitar.. (o quê?) duas Villas Romanas (pois o que é que um arqueólogo faz nas horas livres?). Isto depois de ter comido Mac para um mês.


Começam-me a doer um pouco as pernas. As colegas andam de cadeirinha  comigo enquanto vemos as ruínas.
Volto para Lisboa. Preparo-me para ir a Tomar (cidade onde mais gostei de viver). Aquilo tem mesmo uma mística. Deve ser dos Templários.
Antes de ir ainda sou levada a conhecer um Miradouro sobre Lisboa, em que se pode ver a cidade linda como só ela. Ali para os lados da Graça. Numa hora três imperiais (o que fazem as vistas bonitas e as boas conversas). 
Não há noites como as de Lisboa, e não há noites em Lisboa como as de Agosto. Quentes, cheias de gente bonita, com espaços para estacionar e ruas desimpedidas para circular. Vai na volta, em vez de menina bem comportada, que qual Cinderela devia ir para casa antes das 00h, ela vai é para o Cais do Sodré, onde fica a conhecer poiso novo: O Povo. Ambiente muito aconchegante, tostas maravilhosas e vinho a copo (um verde Quinta da Aveleda delicioso). Ainda houve tempo para provar uma Margerita, mas achei muito amarguita.
Resultado: acordar em plena Lisboa, ir a janela e levar com aquela luz matinal maravilhosa. Momento perfeito de felicidade. Olhar para baixo e em vez da rua ver as copas das árvores todas juntinhas e cheias de passarinhos. Segundo momento perfeito de felicidade. E só estava acordada há 5 minutos.


Ida para o Bons Sons, Tomar. O festival mais pitoresco de país. Uma aldeia que se oferece aos visitantes/festivaleiros com toda a simpatia e  despretensão que pode existir.
Ponto menos bom: tenho que acampar. E eu nunca fui muito fã de acordar com o calor do Sol na monha às 7 da manhã (depois de me ter deitado às 5/6 h) e de lavar os dentes à frente de metade dos militantes do PCP sendo que a restante metade é composta pelos do Bloco.
Comida no festival bem acima do normal. Os restaurantes de Tomar mudam-se para a aldeia e oferecem coisinhas bem boas a preços muito amigos. O que me ficou na memória foi a sangria de ginga (de lamber as beiças) e o abafadinho. Mas lá pelo meio provei um pão com chouriço que não era nada de se deitar fora.
Pormenor etnográfico 1: as canecas que compramos logo no primeiro dia e que servem para encher com as mais diversas bebidas (portanto do mais ecológico que há).


Pormenor etnográfico 2: os burrinhos mirandeses por tudo quanto é sítio. Não vale a pena, estes são os únicos burricos que adoro.
TigerMan é um querido. Vi pela primeira vez e fiquei fã. Embora a maior parte das pessoas não esteja presente pela música este foi o momento musical do festival. Tenho que ver/ouvir de novo num contexto diferente.
Paus. Bom. Gostei. Não vi foi nada porque este metro e meio de gente não consegue ver através das costas de gente com 2 metros (pelo menos assim parecia).
Tenda.Dormir. Acordar às 7 e 30h. Nova tentativa para dormir. Muito calor. Transpiração na minha T-Shirt dos Beatles de tal modo que a cara do Paul já estava meio colada às minhas maminhas (se fosse o George...). Acordar definitivamente às 9 e 30h.
Comer o melhor rissotto de cogumelos de que tenho memória na pizzaria La Bella, na Corredoura, Tomar.


Depois praiar para o rio. Este rio é assim um bocado inventado, até porque apenas existe por ser a zona de cheia da Barragem de castelo do Bode. Ainda assim é o Zêzere. A paisagem é linda e a água quentinha. Consegui ir a correr meter os pés não na água mas sim no lodo. O que resultou na perda dos meus dois chinelos (um mais tarde recuperado pela minha amiga A.). Neste momento existe um chinelo a fossilizar nas margens do Zêzere.
De resto foi toda a tarde a banhos.


Escusado será dizer que à hora de jantar estávamos esfomeados. A paparoca da Casa da Vera esteve à altura: salada de polvo, orelha e ovas (que eu não comi blhac), Pica-Pau, ovos mexidos com farinheira, moelas e queijinho no azeite.
Para Sem Soldos outra vez. Ouvir a Maria João a imitar os passarinhos, mas o Mário e o senhor do contrabaixo debitavam uma música maravilhosa.
Podre, a Lili vai a pé para a tenda. A pernoca ainda dói das andanças da semana passada.
Acordar com o sol na cara. Sair da tenda. Andar às voltas a ver se os amigos acordam. Tomar banho e lavar os dentes à frente das outras pessoas. Desmontar tenda. Ir almoçar. Um choquinho à lagareiro que me faz desejar ter trazido um taparuwere para casa.
Visitar o Convento de Cristo. Visita número 6 pelas minhas contas. E ainda assim achei que foi muito rápida. Há sempre muito em que reparar. Pormenores diabólico (é lá que está o belzebu não é?).
Lisboa de novo. Sushi até rebentar. Dormir na minha cama boa.
Dia de trabalho. Joelho praticamente a relinchar quando mexo a perna. Hospital de Loures (gente gira e simpática mas ainda assim quatro horas e seis salas de espera) e fico a saber que tenho uma entosapia no joelho, mazela de esforço. Tratamento: medicamentos a metro, joelho elástico, gelo e seis dias de repouso absoluto.
Agora estou confinada a casa. E amanhã o carro vai para a revisão. Venha daí o TLC.



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