6.10.13

Walking on my Shoes - As botas do trabalho


Na senda de inúmeras bloggers que postam os seus sapatos inicio aqui uma rubrica onde não só vou postar as fotos dos meus sapatos como, para tornar a coisa mais gira e sumarenta, contar um pouco do que percorremos juntos. Se existem objectos que contam histórias é o calçado.
 
Comecemos então pelo fim. Hoje faleceram as minhas botas de trabalho.

 
Já andavam a prometer umas boas entradas de água ou terra se continuasse a insistir em as calçar, vai daí reformei-as após 10! anos de uso.
Se algo me acompanhou desde que comecei a trabalhar foram estas botas. Devem ter sido a minha primeira compra na Decatlon (eu já não sou dada ao desporto desde tenra idade), por obrigação de ir escavar para os lados do Redondo, tendo sido estreadas na minha primeira escavação!
 
 
O primeiro dia em que calcei as minhas botinhas. Como se pode ver eu era uma jove (assim com jeitos de velhote alentejano a falar)! Os meus amigos da foto, continuam frescos e fofos, sem facebook ou contacto com redes sociais por isso as suas carinhas larocas vão tapadas com as estrelas que eles representam na minha vida. Outro pormenor interessante é a constante presença de oliveiras (às quais eu faço alergia...) durante todo este tempo.
 
Depois, acompanharam o meu crescimento e passaram por Fronteira, Macedo de Cavaleiros, Mora, Tomar, Abrantes, Torre de Moncorvo, Coimbra, Setúbal, Ferreira do Alentejo e Leiria. Viajadas não são? E olhem que isto de encontrar uns sapatos com que se trabalhe bem é muito difícil.
 
Com elas a emoldurar-me os pés fiz muitos amigos e senti dissabores. Escavei villae romanas e sítio com mais de 8000 anos, desenterrei muita gente antiga e caminhei dentro de grutas (abrigos) que serviram pastores  e comerciantes em viagem.
Passei muito tempo a olhar para giratórias e outro tanto para paisagens tão diferentes, como pinhais, searas, campos de milho e olivais, rios selvagens e domesticados, para o mar e para as cidades.
 
 
Botas em acção (que é como quem diz calçadas)

 
Agora vão caber apenas na minha memória, junto com os locais onde me guiaram.
 
 A banda sonora recomendada.
 

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