16.6.12



Naquele tempo imaginávamo-nos fechados numa espécie de redil, à espera que nos soltassem para a vida.

E, quando o momento chegasse, as nossas vidas - e o próprio tempo - acelerariam.

Como podíamos saber que, de qualquer modo, as nossas vidas já haviam começado, que já levávamos vantagem, que algum dano já fora infligido?

E também que a nossa libertação seria simplesmente para um redil maior, cujas fronteiras eram no início indiscerníveis.

Entretanto tínhamos fome de livros, fome de sexo, éramos adeptos do mérito e da anarquia.

Julian Barnes, O Sentido do Fim

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